Neste fim de semana, Curitiba receberá mais de 200 militantes gays dos quatro cantos do país para o Encontro Nacional da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT. O evento vai de sexta a domingo e é marcado pela eleição da nova diretoria da entidade. Além de discussões e filiação de novos membros, o encontro terá uma manifestação em memória das vítimas do Holocausto e pela não discriminação religiosa. O protesto será em frente ao Museu do Holocausto, que por sua vez é dedicado apenas a comunidade judaica.
O posicionamento da ABGLT sobre estes e outras temas de relevância para a comunidade LGBT será documentado na “Carta de Curitiba”. A violência homofóbica será uma das pautas da reunião que promete encontrar um pocisionamento mais firme da entidade na questão. No “Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: o ano de 2011”, publicado em 2012 pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), o módulo LGBT do Disque Denúncia Nacional (Disque 100) recebeu 6.809 denúncias, sendo 18.6 violações por dia em média contra pessoas LGBT. Entre 1980 e 2012, o Grupo Gay da Bahia registrou 4.055 assassinatos em todo o país, com tendência crescente nos últimos anos, chegando a 338 em 2012.
Às 11 horas no Domingo, dia 27 de janeiro, os participantes farão uma manifestação pública em frente ao Museu do Holocausto de Curitiba para lembrar o aniversário dia da libertação de Auschwitz, na Polônia, em 27 de janeiro de 1945, o maior e mais terrível campo de extermínio nazista, e também para protestar sobre o avanço e os perigos do fundamentalismo religioso e pedir a aprovação de leis no Congresso Nacional que promovam a proteção das pessoas LGBT. Durante o Holocausto, estima-se que mais de 200 mil pessoas LGBT foram mortas nos campos de concentração nazistas.