Parece brincadeira. O Partido dos Trabalhadores cedeu a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara para o Partido Social Cristão (PSC), em negociação entre os líderes dos partidos nesta quarta-feira. O PSC indicou como primeira opção o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) em sua lista de quatro nomes. O deputado que defende que negros e seus decendentes são amaldiçoados e que homossexuais são doentes quer ainda ensino religioso nas escolas e derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal que garantiu as uniões gays em todo o país.
Perseguidor também dos praticantes das religiões de matriz africana, o deputado também gostaria de evitar o sacrifício de animais nos rituais do candomblé. Entre frases ditas pelo deputado estão: “Aids é um câncer gay” e “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé”.
Em seu Twitter, Feliciano falou: “Se tem alguém que entende o que é direito das minorias e que já sofreu na pele o preconceito e a perseguição é o PSC, o cristianismo foi a religião que mais sofreu até hoje na Terra”, defendendo a indicação de seu partido. Ele mesmo já anunciou que presidirá a comissão. Segundo o pastor deputado, o orgão trabalhou em prol dos direitos gays e esqueceu as demais comunidades.
A indicação causou revolta generalizada. Na internet não faltam manifestações contrárias a indicação. A deputada Erika Kokay (PT-DF), classificou a escolha de “obscura”. O deputado gay Jean Wyllys (PSOL-SP) disse que o panorama é assustador. “Ele é confessadamente homofóbico e fez declarações racistas sobre os africanos”. Já está rolando na internet uma petição para que Feliciano não assuma o cargo. Militantes de diversos partidos e do movimento gay acusam o PT de entregar de bandeja a comissão ao partido que vem se manifestando intolerante já há algum tempo e que usa a Bíblia para justificar seus discursos de preconceito.
A pergunta que não quer calar: E esse cabelo alisado?