Dois anos já se passaram após a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar a distribuição do Kit Anti-homofobia nas escolas públicas e ao que indica o futuro do kit permanecerá o mesmo. O material foi desenvolvido por diversas entidades em parceria com o Ministério da Educação (MEC) com o intuito de combater a homofobia e é composto por um caderno que orienta os professores com atividades a serem desenvolvidas em sala de aula, cartazes para divulgar o projeto, cartas endereçadas aos professores e ainda três vídeos para serem trabalhados em sala de aula pelos docentes.
E foram justamente estes três vídeos os causadores do veto do kit pela presidente Dilma. A bancada religiosa e alguns autoproclamados defensores da família no Congresso convenceram a presidenta de que os vídeos “Torpedo”, “Encontrando Bianca” e “Probabilidade” continham “propagandas sexuais” e “conteúdo ofensivo” aos jovens. Apelidado de kit gay, o material foi publicamente condenado, causando revolta por todo o país pois os deputados afirmaram que eles seriam vistos por crianças do ensino fundamental. Dilma chegou a dizer que o governo não poderia fazer propaganda da opção sexual de ninguém, e chamou o material de inapropriado, antes de canetar o projeto e puxar a orelha do então ministro Fernando Haddad, hoje prefeito de São Paulo. Em entrevista ao site “Terra”, a assessoria da pasta disse que os conteúdos ainda estão sendo analisados e o projeto não foi abandonado.
O MEC afirmou que em parceria com o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia (Fenp) e dez universidades federais, estuda todos os materiais educativos que abordem preconceito, violência nas escolas e qualquer tipo de discriminação, sendo ainda analisado o projeto “Escola sem Homofobia”. De qualquer maneira o assunto que diz respeito ao Kit- Anti Homofobia parece estar longe de ser resolvido, principalmente em razão do mais de 1,3 milhão gasto na execução do projeto, mas é consenso que a homofobia é um tema que tem que ir para as salas de aula.