Em matéria especial sobre o mercado gay brasileiro, a revista norte americana Forbes da semana passada traçou um panorama geral da cena gay do país e afirma que o mercado multimilionário gay brasileiro ainda é pouco explorado. A matéria abre falando de Marco Feliciano e o quanto o pastor e deputado deve ser agradecido por colocar os gays brasileiros em evidência e mostrar o quanto numerosos e assumidos são os gays do país. O projeto de lei da “cura gay”, enterrado com apoio popular após numerosos protestos, mostrou que os gays brasileiros possuem muito apoio e que os tempos mudaram no Brasil.
Como estima-se que gays representem de 5 a 10% dos consumidores, Paul Thompson, investidor e especialista no setor, estima que o mercado gay brasileiro valha 300 bilhões de reais. Atrás apenas dos mercados europeus (R$ 2 trilhões), norte americano (1.5 trilhão) e chinês (R$ 700 milhões). A matéria ainda destaca que gays gastam mais e procuram tendências e novidades.
A Forbes também destaca o personagem gay da novela Amor à Vida, Félix, que apesar de vilão caiu no gosto popular. Ainda sobre mídia, uma pesquisa americana afirma que 74% da comunidade gay não gostariam de comprar produtos expostos em programas preconceituosos, enquanto 42% fariam o mesmo. A falta de tato do anunciante brasileiro com a comunidade gay é citada na matéria. Apesar disso, a Parada de São Paulo, que contou com patrocinadores de empresas governamentais como Petrobrás e Caixa, além da marca de camisinha Olla, teve alta procura de empresas para apoiar o evento.
Em dados oficiais, 67 mil casais homossexuais responderam o Censo 2012 do IBGE, um total de renda de R$ 90 mil por família, um mercado de 7 bilhões de reais estatisticamente comprovado. No ano passado, turistas estrangeiros deixaram no país um total de 15 bilhões de receita para o país. É um mercado real enorme, sem levar em conta os enrustidos que não responderam à pesquisa e que boa parte dos turistas eram homossexuais.
A reportagem destaca as festas e a importância do país no mundo das festas gays. A matéria destaca São Paulo, Rio e Florianópolis como destinos. E destaca os esforços da capital catarinense atrás do turista gay, que gasta o dobro e fica três vezes mais na cidade do que os outros turistas.
A matéria é positiva mas não fala de homofobia e das dificuldades de se investir no país, como a alta carga tributária, lei trabalhista injusta ao empregador, mão de obra desqualificada, corrupção, burocracia e uma legislação empresarial exigente que se depara com uma Justiça lenta.
