Skinhead pega 14 anos por morte de jovem na região central de Curitiba

Há quase três anos, um grupo de 10 skinheads perseguiu e esfaqueou o jovem Lucas Augusto de Carvalho, de 18 anos. Após avistar a vítima próximo ao Shopping Mueller, no dia 5 de setembro de 2010, o bando integrado por Gabriel de Oliveira Cata Preta (à esq.), 22 anos, então com 18, perseguiu o rapaz até as proximidades do cemitério do Bom Retiro, onde o estudante recebeu as 16 facadas no abdômen que tiraram sua vida. Na época, testemunhas afirmaram que o grupo gritava palavras de ordem de cunho racista e homofóbico ao efetuar o ataque. Carvalho estava com amigos que se dispersaram em diversas direções. Outro rapaz também chegou a receber uma facada.

Nesta segunda-feira, Cata Preta foi condenado em júri popular a 14 anos de prisão, após 10 horas de sessão na capital paranaense. Outros dois julgamentos sobre o caso, de Fernando Sant’ana e Jean Michel (centro e dir.), ainda serão realizados este ano.  Sete homens, entre eles quatro menores, teriam participado do crime, os menores já foram condenados a penas disciplinares. Segundo os réus confessos, a vítima foi confundida com um punk que anteriormente teria esfaqueado um skinhead na capital paranaense.

O skinhead foi apontado como o autor das facadas em acareação feita pela polícia. A defesa afirmou que apresentará recurso e recorrerá da decisão. O crime foi considerado como duplatamente qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa à vítima, mas não considerou como agravante o preconceito do grupo e a formação de quadrilha. O tribunal não considerou o crime como latrocínio, já que a carteira da vítima foi roubada. Caso fossem consideradas uma destas hipóteses, a pena poderia ser de mais de 30 anos.