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Apresentador russo que ousou sair do armário ao vivo na TV e foi demitido conta sua história

Redação Lado A 14 de Agosto, 2013 19h38m

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Depois de se assumir ao vivo no canal de TV a cabo estatal KontrTV, o apresentador Anton Krasovsky, 37, foi demitido poucas horas depois. O caso aconteceu em janeiro e desde então ele vive com medo. “Eu sou gay, e sou uma pessoa como você minha querida audiência, como o presidente Putin, como o primeiro ministro Medvedev e os nossos deputados” afirmou ele em um programa de auditório que apresentava. Ele informou que chorou no camarim durante 20 minutos após seu protesto que custou seu emprego. Segundo o russo, o público presente e a equipe do programa Angry Guyzzz aplaudiram o seu desabafo.

“Alguém tinha que ter feito”, “Eu decidi que era hora de me posicionar, era isso”, justificou Krasovsky para o canal de notícia CNN. Já em Portugal, onde fixou residência este ano, ele afirmou que sabia que perderia o emprego, mas que se sentia mal ao cobrir a a violência e circo homofóbico no país. “O significado disso tudo estamos discutindo agora e seguirá por toda a minha vida, eu estava lutando contra mim mesmo. E isso, como vocês chamam, sair do armário, é apenas mais uma batalha consigo mesmo, com sua própria hipocrisia, próprias mentiras e minha própria covardia”, disse o jornalista.

As imagens de seu depoimento sumiram da internet. “Eles imediatamente bloquearam as minhas contas corporativas, meu email. Literalmente de imediato, durante a madrugada. Eles não apenas apagaram o meu rosto do site, mas todos os programas, como se eu nunca tivesse existido. No dia seguinte eu escrevi para Minaev que eu estava chocado. Como lá demorava meio dia para pendurarem um banner se eu pedisse e aqui houve uma eficiência enorme. Alguém pode dizer que eles podem fazer quando eles querem. Agora eles deixaram tudo para trás, mas você não poderia dizer porquê, realmente”, desabafou o homem que foi um dos fundadores do canal.

“Eu estou com medo até agora. Eu tenho medo de ir sozinho em um conjunto habitacional vazio. Tenho medo de andar a noite nas ruas. Eu tenho medo. E estou um pouco triste pois não poderei continuar trabalhando. Eles não me deixarão voltar à TV. Eu estou com medo e arrependido, mas eu não tenho motivo para ter vergonha mais”, desabafou o jornalista em texto publicado na mídia inglesa em maio deste ano. Ele disse ainda que não conseguiu dormir depois de ver imagens de um garoto morto por ser gay e que ele se posicionou para defender os jovens gays russos. Infelizmente, a situação de janeiro para agora no país piorou muito.

 
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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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