São Paulo: Região do Arouche deve ser restaurada mas nada de virar gueto

Nesta quarta-feira, em São Paulo, a Subprefeitura da Sé e a Coordenadoria de Políticas LGBT da Prefeitura de São Paulo se reuniram com moradores e empresários do entorno do Largo do Arouche para discutir a revitalização do local, que tem forte concentração LGBT , tradição boêmia, com empresas e serviços voltados à comunidade gay.

Uma das propostas levantadas, além da necessária recuperação da região central da capital paulista, foi a melhor utilização do espaço. Com presença do sub-prefeito da Sé Marcos Barreto e de Julian Rodrigues, responsável pela Coordenadoria de Políticas LGBT da Prefeitura de São Paulo, foram sugeridas melhorias para a região como o maior cuidado das praças e calçadas, além melhor policiamento do local, sobretudo à noite.

A ideia é reforçar o caráter LGBT da região, mas sem transformar a região em um gueto. Uma das sugestões foi a construção de um monumento gay na região, possivelmente em memória ao assassinato de Edson Néris na Praça da República, por neonazistas, em 2000. “O Largo do Arouche é de todos, não só de quem mora por lá”, lembrou um dos 50 participantes da reunião que sugeriu ainda o tombamento da área como símbolo da luta LGBT, como o bairro de Castro, em San Francisco, nos EUA.

Eventos culturais, banheiros públicos, maior cuidado com o lixo, instalação de lixeiras, limpeza dos bueiros… Estas foram outras sugestões dos presentes à reunião que objetivava uma maior participação da comunidade LGBT na construção do bairro.

“A ideia é melhorar o espaço público, valorizar a identidade LGBT, entendendo a região em sua pluralidade, valorizando a possibilidade de convivência, da ocupação livre e coletiva do Largo”, comentou Rodrigues sobre a reunião.