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Cinco grandes erros de quem discute finanças mas não entende

Redação Lado A 25 de Setembro, 2013 21h39m

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Por Alex Spake

Não livra ninguém: Em algum momento da vida você, com certeza, palpitou ou levou palpite de um terceiro (voluntária ou involuntariamente) sobre o que fazer ou deixar de fazer com o seu dinheiro, ou então querem dividir com você seus pontos de vista acerca das recentes noticias das finanças e das últimas novidades sobre aquela pessoa que ficou milionária ou aquele ricaço que foi ao fracasso. Acontece que existem alguns pontos de vista que, recorrentemente, são utilizados para defender alguma opinião mas que, invariavelmente, são tolices consumadas por anos de uso indevido e largamente usados sem prévio estudo ou informação (é o velho caso de gente que sabe de menos e fala demais).
 

Por tanto, caro leitor, separei aqui cinco pontos comumente discutidos em rodas de amigos acerca do assunto “Dinheiro” para que você possa se posicionar melhor na discussão ou então para corrigir aquele seu amigo sabichão quando ele inflar o peito e esbravejar algum absurdo.

 

1. “Eu pago IPVA para que se as ruas continuem esburacadas?”
Está aí um absurdo recorrente e bem comum: O de achar que pagar o IPVA (ou o IPTU, o ICMS, ou o ISS, e por ai vai) lhe garante o direito de cobrar pelas bem feitorias do seu uso direto (no caso do IPVA, aquilo relativo aos automóveis).  
O IPVA é um IMPOSTO, e todo o dinheiro arrecadado com impostos são revertidos a um mega fundo público que, por sua vez, é redistribuído depois para todas as áreas afins para serem gastos (isso inclui folha de pagamento de servidores públicos, viagens, hospedagens, manutenção de prédios, construção de escolas, hospitais e, também, de rodovias e ruas). O fato de se pagar o IPVA não quer dizer que o dinheiro dele seja gasto somente com ruas, mas sim com TODO o aparato público. Mas as TAXAS, sim, são revertidas diretamente ao propósito ao qual são cobradas (por exemplo, a taxa de recolhimento de lixo ou aquelas processuais nos tribunais).

2. “Esperar o dólar baixar para comprar”

Isso, de uma maneira bem pequena, é especulação. A especulação nada mais é do que mandar uma informação para o mercado, influenciando a tomada de decisões. A questão é: Não ajuda nada esperar o dólar baixar para comprá-lo, porque quando ele baixa mais pessoas procuram por ele, o que faz ele aumentar o valor devido a grande demanda. A solução é se programar para comprá-lo. Detalhe: Especulação é crime e passível de prisão.

3. “Pague tudo o que tiver de conta, para ficar livre”

Ok. Isso não chega a ser uma “Burrada” e até possui um pouco de verdade, mas deve-se ter cautela: Ficar sem dinheiro por ter pago todas as dividas é algo perigoso financeiramente, pois impede de aplicar o dinheiro em outras áreas, isso porque “endividar-se” não é em si um problema (basta olhar os bancos que, basicamente, estão sempre endividados com o dinheiro de quem deposita seu salário lá), ao que se deve atentar é para fazer com que o dinheiro trabalhe para si: adequar seu orçamento com dívidas, com poupança e também com gastos, tudo previamente medido e analisado. Desta maneira, pode-se viver tranquilamente sem medo do perigo e de ser feliz.
 
4. “Pague o cartão de crédito, nem que seja o mínimo”
Existem, basicamente, duas burradas na frase acima: Um deles é pagar o mínimo do cartão. Jamais, em hipótese alguma, pague somente o mínimo. O Brasil trabalha com Juros altíssimos e com uma taxa de inflação desestabilizada. O que você esta levando por R$ 1,00, amanhã pode estar pagando por ele R$ 2,00 e isso infinitamente. Use o cartão de crédito com responsabilidade e com o menor valor de limite possível.
 
O segundo erro é TER um cartão de crédito quando você não tem nem salário nem mentalidade para utilizar um. Cartão de crédito é para gente grande.

5. “Gasto, Despesa, Custo e Investimento”.

Por fim, antes de falar as burradas, aprenda a diferenciar os seus gastos: Gasto: Todo despendimento de dinheiro que não envolva diretamente com um bem futuro. Despesa: Todo dinheiro gasto sem geração de um bem futuro. Custo: Todo dinheiro gasto para geração de um bem futuro. E investimento: Todo dinheiro gasto envolvido nessa geração.
 
Assim sendo:
 
“Foi para a balada e não pegou ninguém” = Despesa
 
“Foi para a balada, pagou um drink para o boy” = Gasto
 
“Foi para a Balada, pagou um drink para o boy e depois o pegou” = Custo
 
“Foi para a Balada, pagou um drink para o boy, depois o pegou e vão sair final de semana” = Investimento.
 
 
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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