A coisa está russa: Gays russos mudam comportamento em público com medo de ataques

“Existe mais agressão e está ficando mais perigoso nas ruas. Muitos gays mudaram o jeito de se vestir, removendo brincos, mudando o estilo do cabelo, para evitar problemas. Mesmo nos tempos de União Soviética, onde homossexualidade era uma ofensa criminal, os gays eram tratados melhor do que hoje em dia na Rússia. Pessoas comuns nos veem como criminosos. Eles nos odeiam”, desabafou  para a BBC Andrei Tanichev, sócio do clube Lighthouse Cabaret, em Sochi, cidade russa que sediará os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014.

Restritos aos guetos, os clubes gays estão bombando no país, com um ambiente onde a liberdade é celebrada por aqueles que ainda ousam sair do armário no país.

A homofobia deixou de ser crime no país desde 1993, mas uma recende onda machista e nacionalista aprovou uma lei que proíbe a propaganda gay para menores de idade impede manifestações e que o tema seja abordado publicamente. Onda de ataques a gays filmados e divulgados na internet mostram que grupos organizados nacionalistas ganham força no país.

“Nós não atacamos nenhuma minoria sexual. Eles têm absolutamente os mesmos direitos. Mas eles não deveriam tentar mudar as tradições russas que são apoiadas por 90% da população. Para a população russa tradicional, homossexualidade é pecado”, defende o parlamentar Vitaly Milonov.

“O cidadão russo médio, sentado em casa assistindo TV agora entende contra quem ele precisa lutar, quem é o inimigo. São os gays e os países ocidentais que os apoiam. E quanto mais o ocidente apoia os gays na Rússia, mais os russos nos odeiam, porque o conceito mais aceito aqui é o de que o ocidente representa o mal”, afirma o empresário gay.