Redação Lado A | 18 de Outubro, 2013 | 16h05m |
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Em São Paulo, o anúncio da primeira torcida organizada gay, criada para torcedores do Corinthians, pelo torcedor e ex dublador do “Qual é a Música?”, o jornalista Felipeh Campos, inspirada em uma torcida gay inglesa, tem causado. Depois da Gaivotas da Fiel, já tem gente falando em Mancha Rosa para torcer para o Palmeiras. A ideia é legal mas não está sendo levada a sério pela forma espetaculosa que está sendo colocada. Usando os gays para gerar piada e mídia. E nada de ineditismo tem as iniciativas da criação da torcida.
Os mais antigos de Porto Alegre se lembram da torcida “Coligay”, fundada na década de 70 por gays torcedores do time de futebol do Grêmio. Começou como uma brincadeira dos frequentadores da boate Coliseu (posteriormente Pantheon, na Av. João Pessoa) que foram se identificando como torcedores que iam ao estádio e começaram a montar um grupo para irem juntos, com apoio da boate, claro.
A torcida, que tinha estatuto e tudo, passou a se reunir desde 1977 e virou notícia. Haviam já outras torcidas gays à época mas a Coligay era a mais divertida e polêmica. Os torcedores iam fantasiados, rebolavam, levavam faixas e eram conhecidos por torcer o tempo todo. A homofobia acabou sufocando as iniciativas. Além das tentativas dos próprios torcedores gremistas e de dirigentes do tricolor de desqualificar os torcedores gays, com o surgimento da Aids, na década de 80, os torcedores gays foram tão hostilizados publicamente que pararam de frequentar os estádios abertamente.
A culpa atribuída aos gays pelo surgimento da Aids criou um abismo de preconceito antes não existente, de repulsa e distanciamento, que podemos ainda perceber hoje.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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