Redação Lado A | 08 de Janeiro, 2014 | 17h18m |
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Na Primavera de 1974, aos 19 anos, ele estava na Força Aérea dos EUA, no complexo de mísseis Minuteman na Base de Whiteman, no Missouri, quando voltava para seu quarto à noite e resolveu tomar um atalho por uma construção.
“Algo atingiu minha cabeça e eu perdi a consciência. Quando voltei, havia dois homens me segurando. No início, pensei que algum objeto havia caído e me acertado e que aqueles homens tentavam ali para ajudar. Logo percebi que estavam me contendo. Quando resisti, eles deram socos na minha cabeça e mandaram eu me calar, caso contrário, me matariam. Um terceiro homem puxou minhas calças e abaixou minha cueca. Ele disse: “Aposto que você vai gostar disso”.
Violentado, ameaçado, humilhado e espancado, ele guardou seu segredo por 30 anos até que uma psicóloga perguntou diretamente quando ele falaria sobre o assunto. “A agressão sexual, seja na vida militar ou na civil, é uma questão de abuso de poder, controle e dominação. As cicatrizes duradouras são psíquicas. Eu sofri de depressão. Meus relacionamentos pessoais, perturbados, sempre fracassavam. Cometi várias tentativas de suicídio – depois da última, fui parar diante de uma experiente assistente social do centro médico do Departamento de Assuntos de Veteranos (VA, na sigla em inglês) em Northport, Nova York”, onde ele finalmente desabafou e encarou o que lhe aconteceu.
Hoje ele defende que vítimas de casos como o dele sejam indenizadas e que a segurança nos quartéis seja aumentada. O Sexual Assault Training Oversight and Prevention Act, proposto pela deputada californiana Jackie Speier, democrata da Califórnia, quer que uma comissão civil avalie os casos encobertos.
“Eu me fortaleço no fato de que agora sei que não estou sozinho”, revela o homem. A sua história virou o documentário “Justiça Negada”, sobre estupros de homens militares em serviço. Segundo relatório de abuso sexual militar do Departamento de Defesa, de 2012, aproximadamente 26 mil membros das Forças Armadas dos EUA, tanto homens quanto mulheres, foram vítimas de violência sexual no passado. Quase 14 mil homens deram queixa de ataques sexuais por agressores que se identificam quase sempre como heterossexuais.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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