Ministério da Saúde lamenta debate desinformado sobre HIV Aids no BBB e médica entra na casa para dar aula

No programa Big Brother Brasil que foi ao ar no último dia 14, os participantes falaram o que pensavam sobre a epidemia da Aids e teve até comentário chocante de uma das participantes, Angela, que disse: “Vamos matar todo mundo”. O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde emitiu um comunicado ontem, dia 19, lamentando o ocorrido ao que chamou de ataque às pessoas vivendo com o HIV Aids.

“O Brasil, que tem um compromisso histórico na luta contra a aids pautado no direito ao acesso universal aos serviços de saúde e nos direitos humanos, não pode tolerar o ataque às pessoas vivendo com HIV” diz a nota que pede ainda que o programa paute o tema novamente e seja mais explicativo e informativo, além de se colocar à disposição da produção para tirar dúvidas.

Hoje, dia 20, uma médica infectologista entrou na casa do BBB para conversar com os brothers sobre o tema. Ela explicou as formas de transmissão do HIV e cobrou responsabilidade dos participantes ao comentar em rede nacional o tema. Percebendo a intervenção educativa, Angela, ela mesmo, ainda perguntou: ” Será que a gente falou alguma besteira?”.

Confira o comunicado completo: 
 

DDAHV lamenta a forma preconceituosa e desinformada como a aids foi tratada pelos participantes do Programa BBB
 

O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais lamenta a forma preconceituosa e desinformada como a aids foi tratada pelos participantes do Programa BBB 14, da Rede Globo. O Brasil, que tem um compromisso histórico na luta contra a aids pautado no direito ao acesso universal aos serviços de saúde e nos direitos humanos, não pode tolerar o ataque às pessoas vivendo com HIV.

Estima-se que cerca de 718 mil pessoas em todo país vivam com HIV, sendo elas de todas as classes sociais, da maioria das cidades e comunidades do país, e brasileiros, que como todos os portadores de doenças no país, têm direito constitucional e legal a serviços públicos de qualidade para a melhoria de sua condição de vida e saúde. 
 

Há hoje conhecimento científico suficiente para entender o HIV como uma doença transmissível e controlável. O Brasil tem um serviço de ponta em prevenção e tratamento, organizado para e com a participação das pessoas vivendo com HIV, que têm sido parte fundamental dos atores-chave para o controle da disseminação da epidemia no país.
 

Solicitamos ainda que a questão da prevenção da aids seja colocada em pauta pela produção do programa de uma forma adequada para que possa prestar um serviço de utilidade pública, não só para os telespectadores, como também para os próprios participantes. Dessa forma, lamentamos o episódio que foi ao ar no dia 14 de março, ao tempo em que nos colocamos à disposição para ajudar no esclarecimento das dúvidas que possam surgir sobre o tema.