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Dentro da comunidade LGBT essa palavra, ainda não constante dos dicionários, é mais utilizada fazendo alusão aos gays que não assumem de nenhuma forma sua orientação sexual, tanto nos espaços privados como nos públicos. Existem vários tipos de gays armarientos e vários níveis da condição de estar no armário. A expressão se aplica tanto para aqueles que negam para si mesmos como para os outros a sua orientação sexual, buscando o tempo todo afirmar uma orientação sexual heterossexual. É o caso dos homossexuais masculinos ou femininos que acabam casando com pessoas do sexo biológico oposto, em muitos casos sem conseguir admitir a própria homossexualidade.
Não incluí de propósito os bissexuais, porque no caso deles a orientação bissexual pode aumentar ainda mais a negação de uma orientação sexual não heterossexual e levá-los a ficar no processo de negação por um tempo indeterminado. Porém a expressão inclui também os armarientos que “escolhem” continuar dentro do armário por conveniência, e os armarientos que se encontram dentro do armário por medo de assumir sua orientação sexual diante de suas famílias, amigos, trabalho e sociedade.
Neste grupo muitos gostariam de sair do armário, mas têm medo, problemas de autoconhecimento ou de auto-estima, ou ainda, não sabem como sair do armário, ou seja, precisam de ajuda para iniciar o processo. Independente dos motivos que levam um homossexual a permanecer dentro do armário os efeitos para eles próprios e para os demais homossexuais é sempre negativa.
Muitos armarientos são extremamente prejudiciais para os homossexuais que se encontram em processo de sair do armário ou que já conseguiram assumir sua orientação sexual de forma bastante satisfatória, pois além de muitas vezes depreciarem publicamente ou homossexuais como forma consciente ou inconsciente de negar sua sexualidade, ou apenas por ignorância, desestimulam aqueles que manifestam o desejo de sair do armário.
Para os membros do grupo LGBT mais politizados, que lutam pela construção e afirmação de uma identidade e expressão de gênero positiva e afirmativa de seus membros, os armarientos, além de precisarem de ajuda psicológica e educacional para entrarem em contato com o seu desejo sexual e construírem uma vida autêntica e saudável, acabam atrapalhando o desenvolvimento do ativismo LGBT, pois não aderem a ele, muitas vezes se opondo ao movimento, e, dessa forma, não ajudam na luta pela construção de uma cidadania LGBT plena.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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