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Caso Bernardo: Pai não gostava do filho e o chamava de “bichinha”

Redação Lado A 16 de Maio, 2014 00h19m

O crime que chocou o país, do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, de Três Passos, encontrado morto em uma cova rasa no município de de Frederico Westphalen. Rio Grande do Sul, no mês passado, ganhou um novo contorno nesta quinta-feira. O pai do garoto, Leandro Boldrini, acusado de participar da morte do próprio filho, chamava o menino de “bichinha”, revelaram testemunhas ouvidas pelo Ministério Público (MP).

Nesta quinta-feira, o MP denunciou Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, Edelvania Wirganovicz e Evandro Wirganovicz pelo morte do garoto. Apesar da declaração de homofobia do pai, a motivação do crime foi financeira, segundo a denúncia. A madrasta dopou o menino com remédio comprado com receita assinada pelo pai do menino e depois o matou com doses letais do medicamento de tarja preta, de venda controlada. O pai, a madrasta e a amiga do casal serão indiciados por homicídio quadruplamente qualificado com os agravantes de motivo torpe e fútil, emprego de veneno e incapacidade de defesa da vítima e ainda por ocultação de cadáver. O médico ainda responderá por falsidade ideológica.

O MP está convencido da participação do pai no crime, embora a madrasta e a amiga o excluam do assassinato que segundo elas foi uma super dose acidental do medicamento que causou a morte do menino. O MP discorda: “Ele não só desejou a morte do filho, como autorizou os atos para que dessem efeito. É o patrocinador, a pessoa com a maior inteligência para engendrar álibis, pretextos, o sangue-frio de um cirurgião que precisa ter um alto controle, raciocínio muito aguçado. Por isso, é o mentor do crime. A pessoa que estimulou a esposa dentro do ódio que já sentia por Bernardo. É a pessoa que não apaziguou os ânimos dentro de casa. Há dentro dos autos, que hoje já estão em quase 15 volumes, passagens em que Leandro se refere a Bernardo como “bichinha”, declarou a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira.

Apesar da declaração, a homofobia não foi considerada motivo para o crime, nem como agravante, e nem incluída na denúncia contra os acusados.

 

 
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