Neste domingo, o jornal O Dia publicou uma grande entrevista com o humorista Paulo Gustavo (Minha mãe é uma peça, 220 Volts, HiperAtivo, entre outros sucessos). O ator que arrasta multidões ao teatro é um fenômeno de bilheteria, mas mostrou seu lado infeliz ao deixar de marcar posição contra o preconceito e a homofobia. Ao ser perguntado de sua vida pessoal, ele não se assumiu gay, nem hétero e ainda falou:
“Eu não teria problema em falar se sou gay ou se sou hétero. Mas acho que ficar levantando bandeira para esse assunto é que gera o preconceito. Eu sou contra a Parada Gay, acho que não tem que ter isso. Não existe Parada Hétero. Acho que, com isso, a gente fica só valorizando os idiotas. Os que são preconceituosos devem ser ignorados simplesmente. Às vezes, acho que o silêncio fala muito mais. As pessoas têm que falar do meu trabalho. Sites e revistas de fofoca que gostam de dar destaque para essas coisas, mas eu nunca dou entrevista para revista de fofoca”, afirmou o ator que falou ainda de sucesso, beleza, ficar com fãs… e seu projeto de um programa de auditório.
Ora, na hora de representar gays, fazer piadas de gays, praticar bullying, o ator acha que isso não é levantar bandeira? Tudo bem, cada um com seu armário mas é no mínimo curioso como ele pode dizer ser contra levantar bandeiras, dizer que isso tiraria atenção de seu trabalho, quando ele se traveste de mulher e faz sucesso e usa jargão gay e todo o estereótipo da bichinha que se não fosse famosa ia apanhar na rua.
Mais um ator que não vê a missão da arte, mais um bem sucedido ator que ignora a função social do artista, mais um ator que levanta a bandeira do lado contrário, ganha rios de dinheiro e diz que não tem nada a ver com isso.
