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O Brasil não pode seguir sendo omisso, sem se posicionar frente à morte de tantos civis, motivada por puro preconceito e fundamentalismo religioso. Isso é uma barbárie que se potencializa pela impunidade e pelo descaso. É por isso que levaremos à Câmara a bandeira LGBT – para que a aprovação da PLC 122/2006 seja prioridade, para que a criminalização da homofobia, equiparando-a com a discriminação de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, sexo e gênero, aconteça sem mais desculpas e principalmente, sem mais mortes.
O que queremos não é mais ou menos direitos aos LGBTs. O que queremos são direitos iguais aos de todos os cidadãos brasileiros, e enquanto essa emenda não sair do papel, os crimes seguirão sem punição. Enquanto essa emenda não sair, toda violência (física, moral e emocional) continuará sendo tratada como exceção.
Ainda sobre as prioridades LGBTs, vamos lutar pela abertura do mercado de trabalho, em especial para homens e mulheres transexuais e para travestis. Digo isso, pois em virtude de sua condição física são @s que mais sofrem com a falta de oportunidades. Essa parcela da população é vista como cidadãos apenas na hora de pagar impostos, porém quando se trata da busca por seus direitos, é olhada com discriminação e, ouso dizer, com desprezo.
A falta de oportunidades para @s transgêneros se dá também pela dificuldade em completar os estudos. A discriminação, que começa na família, faz com que el@s tenham que sair de casa muito cedo, expuls@s geralmente, e sem estudo e amparo o que lhes resta é o exercício de profissões marginalizadas.
Outra proposta é a busca pela desburocratização da identidade Trans, para que tod@s possam viver com dignidade e não precisem mais passar por constrangimentos em virtude da identidade com a qual não se identificam. Hoje o documento social precisa ser apresentado com o RG, o que mantém o constrangimento na hora de se identificarem em um aeroporto, hospital ou até mesmo em escolas e universidades. Não podemos nos contentar com meio direito, meia oportunidade, precisamos que as políticas públicas destinadas aos LGBTs sejam efetivas e não perpetuem e incentivem ainda mais a discriminação.
Nesse momento, gostaria de pedir para que a comunidade LGBTs não desista e não se esconda, que volte a confiar na política. É chegada a hora do Brasil, mesmo que tardiamente, reconhecer, amparar e valorizar a população LGBT. Não vamos descansar até que todo cidadão tenha o direito de ser quem é e de exercer sua liberdade em segurança e com respeito. É dever do Estado estar ao lado do seu povo, independente de cor, etnia, religião, sexo, idade ou qualquer outro padrão fundamentalista que tentem criar. Vamos construir uma política para todos, sem exceção. A luta será grande, mas se alimentarmos uma vontade incansável de justiça ninguém poderá ignorar a força LGBT.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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