Seguindo decisão do Estado de Nova Jersey, a Suprema Corte dos EUA publicou nesta segunda-feira a decisão de rejeitar recurso no caso King versus Christie, questionando a proibição do governador de Nova Jersey, Chris Christie, de que igrejas poderiam oferecer tratamentos que visam reverter a homossexualidade de adolescentes e crianças. Em 2014 o tribunal já havia rejeitado recurso semelhante sobre lei da Califórnia. O assunto ganhou destaque depois que o presidente Barack Obama se posicionou sobre o tema este ano e pediu o fim da cura gay promovida por entidades religiosas.
Desde 1973, a Associação Psiquiátrica Americana não considera a homossexualidade como um transtorno mental, decisão que em 1992 foi seguida pela Organização Mundial da Saúde. Com isso, a homossexualidade não pode ser tratada como enfermidade, o que levou o tema para as universidades, onde o consenso é que a homossexualidade é uma variante da sexualidade humana, assim como a heterossexualidade, sendo natural e própria dos seres humanos.
Apesar da decisão simbólica, o caso mostra o quanto o tema ainda é tabu nos EUA e no mundo. Religiões utilizam e ganham dinheiro com prática de desumanizar as práticas sexuais e depois oferecer ajuda para reverter o que chamam de comportamento homossexual. No meio do caminho promovem homofobia, baixa auto-estima e geram casos de autorrejeição e até suicídios de homossexuais que se sentem fora da perfeição projetada pelo Deus que foram ensinados a temer e a amar. Ainda aumentam a violência doméstica por partes de parentes de homossexuais e a violência homofobica em diversos ambientes por conta de imputar impureza, antinaturalidade e impureza aos indivíduos homossexuais.
Esta prática cruel precisa acabar. Não é direito de crença chamar alguém de pecador e dizer que vai ao inferno ou que Deus o ama menos por ser homossexual.
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Redação Lado A
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