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Homofobia: Bar gay em Maceió é alvo de atentado com tiros por casal de vizinhos policiais

Redação Lado A 23 de Junho, 2015 02h20m

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Na última sexta-feira, 19, o coronel da polícia militar Francisco de Assis cumpriu uma ameaça feita no bar “Vou Alí” no bairro de Manguinhos, em Maceió. Duas semanas antes, na noite de inauguração, o homem já havia estado no local e reclamado do barulho do som do local. Ao ser questionado quem ele era por qclientes, ele avisou: “se pegar o revólver e atirar, você vão saber quem eu sou”. Mas foi sua esposa, a também policial Léa Soares, sargento da Polícia Militar, quem foi até a frente do palco e ameaçou a cantora que fazia show no local com uma arma calibre 38 na sexta-feira passada. A mulher depois de disparar três tiros para o chão, um deles acabou lançando estilhaços contra o braço da cantora Elaine Kundera, exclamou se iam continuar a fazer barulho. O pânico foi geral e a polícia foi atender a ocorrência, levando todos para a delegacia. A policial teria ficado detida no quartel da PM e seofre processo administrativo.

Durante as duas semanas anteriores, diversas batidas policiais no local para questionar a documentação do estabelecimento chamaram a atenção da proprietária Neide Lima. Como apenas este cidadão reclamou do som, ela suspeita que as reclamações e o crime cometido pela esposa foram motivados por homofobia, uma vez que durante o atentado da última sexta-feira os policiais xingaram os clientes de “animais”, “viadinhos” e “sapatões”, além de ameaçar metralhar a todos no local. “Ela não atirou na minha cara porque não quis”, afirmou a cantora, assustada, para a imprensa. A artista e a proprietária do estabelecimento pediram apoio para a Promotoria de Justiça da capital esta semana, com medo de novo atentado ou perseguição por parte do coronel.

O bar mudou de local este ano e funcionava no novo endereço desde o dia dos namorados, quando começou o atrito com estes vizinhos. No primeiro dia, o homem ordenou que o bar fosse fechado e com medo Neide fechou o local e reabriu apenas com um segurança que contratou. Ao chamar a viatura policial no dia da primeira ameaça não teve retorno mas diversas viaturas pararam na casa do coronel na mesma noite. O boletim de ocorrência não foi feito nesse primeiro incidente pois a polícia estava em greve. “Se ficar configurado que houve tráfico de influência, pedirei abertura de inquérito criminal, na corregedoria da Polícia militar e apuração rigorosa do Conselho Estadual de Segurança Pública”, afirmou o promotor Flávio Costa, da 61ª Promotoria de Justiça. A Comissão da Diversidade de OAB-AL também se manifestou sobre o caso e irá acompanhar as denúncias. O bar se encontra fechado pois a proprietária tem medo de voltar ao local. 

 

 
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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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