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Desaquenda: Toda a realeza de Suzy Lüvcock

Redação Lado A 24 de Fevereiro, 2016 00h41m

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Se você acha que ser drag é bagunça, é porque você ainda não conhece a Suzy Lüvcock. Com uma personalidade extravagante, um grande sorriso no rosto, e um jeito de bacana, Suzy tem um lado que muita gente ainda não conhece: suas inspirações infantis e seu sonho de princesa. Conheça um pouco sobre a história da queen que está ativa na noite curitibana há apenas 10 meses: 
 
Drag Name: Suzy Lüvcock
Boy Name: Gabriel Bittencourt
Idade: 21 anos
Tempo de palco: 10 meses de drag 
Lugar Favorito: Soviet 
Personalidade: mistura entre Sharpay Evans, Suzana Vieira e Val Marchiori 
 
 
Desaquenda: Você poderia contar sobre o seu início como drag?
O meu primeiro contato com uma drag queen foi aos 15 anos, em Porto Alegre, quando frequentava uma casa noturna, a Cord. Certa noite teve um show da Brook Spears e fiquei encantado. Quando conheci a Rupaul, através da minha amiga Giulia, foi um choque! Assisti a primeira temporada em uma madrugada, um episódio atrás do outro. Logo depois, chegou a primeira atração do seriado em Curitiba, foi o show da drag Yara Sofia, na festa Don’t Fuck It Up, e me apaixonei mais ainda. 
 
Mas foi só na terceira atração, com a drag Adore Delano, dessa mesma festa (DFIU), que resolvi me montar, sem saber nada sobre o universo. Tive a ajuda de alguns amigos e, depois disso, a vontade de melhorar a montação só aumentou. A partir dali, saber mais sobre o universo drag e definir o meu estilo se tornou o objetivo do meu ano. 
 
Como surgiu o seu nome, Suzy Luvcock?
A escolha do nome é um processo bastante complicado, mas busquei referências na minha infância. A minha mãe era promotora de vendas dos brinquedos Estrela, e tinha duas bonecas Suzy, da linha Noiva, que usavam um vestido assinado pelo estilista Ronaldo Esper. Eu amava aquelas bonecas com aqueles vestidos lindos! Sempre brinquei escondido (risos). E o sobrenome é auto explicativo, né? Mas é pra ser uma tirada mesmo e ter essa coisa meio cômica que eu adoro.
 
Você usa bastante vestidos com ares mais de princesa. É por causa dessa sua referência de infância?
A construção da personagem é algo que já esta dentro de você nas suas referências de vida! Sempre gostei de rosa, brilho, vestidos rodados e com volume. Nessa hora, você acaba juntando tudo que te atrai: estilo musical, personagens de filmes, grandes mulheres reais etc. As princesas sempre estiveram na minha vida. Fui criado pela Disney Channel, então Cinderela, Bela e Aurora são como minhas amigas de infancia. Mas a minha fixação por essa linha mais “princess” foi por causa do filme O diário da princesa, onde uma jovem comum descobre que é de uma família monarca. Eu esperava que um dia me descobririam Orleans e Bragança, da família imperial brasileira. Coisas de criança.
 
Você tem um ar e estilo de realeza e riqueza. Você acha que isso incomoda outras queens?
Uau, nunca tinha pensado assim antes, mas acredito que não. As referências são partes da nossa vida. Não consigo ver uma sendo melhor que a outra em relação a essa escolha, não sei se incomodo ou não alguém (realmente espero que não), mas se for, não é por isso.
 
Você usa algum bordão?
Não tenho nenhum bordão especifico, mas uso bastante os de drags que me inspiro, como Silvetty Montilla: “foco nas jóias” e “condições”. Além da Rebecca Foxx: “tá querida?”.
 
Você se apresenta na noite também, né? Qual foi a sua apresentação favorita?
Sim, meu primeiro show foi no aniversário de 2 anos do Soviet, quando dividi palco com a minha sister, Lya Ford, com a Sensuellen e as deusas Deendjers. É meio difícil escolher uma favorita, mas acredito que a mais marcante, pra mim, foi na festa Eleganza, onde pude realizar um sonho e performar a musica Beautiful, da Christina Aguilera, foi muito emocionante e o público respondeu super bem.
 
Você estave em NYC e Los Angeles recentemente. Qual foi a sensação de andar montada pela Times Square?
Ter essa oportunidade de estar in drag na Times Square foi incrível! O público foi bem receptivo, pediram algumas fotos e deram alguns elogios. O que incomodou um pouco foi o frio, mas estar ali montada, em uma das capitais do entretenimento, foi indescritível. 
 
Conta pra gente como foi conhecer as drags americanas em Los Angeles?
Conheci várias drags, algumas que já participaram do reality RuPaul’s Drag Race, drag que está na nova temporada que será lançada e outras drags que não participaram. Esse contato foi incrível, além de conhecer grandes artistas, pude conversar, receber elogios e conselhos que vou levar para a minha carreira. 
 
Qual dica você daria para as queens novatas?
Se joga! Seja você mesmo, sempre com humildade e dedicação. Não tenha medo de sair “feia”, com o tempo e prática você aprenderá muito.
(Foto: Hana Lidia – Soviet)
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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