Um caso de agressão homofóbica chocou a comunidade escolar de São José dos Campos, em São Paulo. Lucas S. de 18 anos foi agredido no portão da escola por cinco adolescentes, todos entre 14 e 16 anos, com pauladas, chutes e socos. Ele conta que já se sentia ameaçado dentro da instituição e que frequentemente era perseguido por um desses jovens, que o xingava por ser homossexual. O estudante precisou ser encaminhado ao UPA e levou 7 pontos na cabeça.
A vítima estava parada na frente da Escola Estadual Lourdes Maria de Camargo, perto das 23h de segunda-feira, 22, na região leste de São José dos Campos. Enquanto conversava com uma amiga, viu quatro jovens se aproximando com pedaços de pau na mão, entre eles, um aluno do colégio que já o tinha ameaçado de morte. “Desde o primeiro dia de aula, eu sabia que ia apanhar. Fui xingado e ofendido. No dia que apanhei, estava com o coração apertado. Quando vi, já levei uma, duas pauladas. Depois, socos, chutes e eu apaguei. E tudo isso por ser homossexual”, conta o jovem.
Ele foi socorrido por moradores do bairro, porque a escola não prestou auxílio, e encaminhado a um UPA próximo. Lá, foi atendido e levou 7 pontos na cabeça, sendo esta e o abdómen as regiões com maiores lesões. Na manhã de terça-feira, o estudante passou por exame de corpo de delito para comprovar os ferimentos. Os jovens já prestaram depoimento, mas, por serem menores de idade, vão responder por ato infracional pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, tendo a internação por três anos como pena máxima. Os pais do menor infrator e o Conselho Tutelar já se reuniram para decidir o futuro do jovem.
O jovem agredido revelou ainda que já havia procurado a direção da escola para informar sobre os ataques homofóbicos, mas a única atitude da gestão foi trocá-lo de sala. Segundo a Diretoria, o agressor foi suspenso e um professor mediador foi destacado para acompanhar a situação do jovem agredido. O rapaz afirma que não pretende voltar a estudar naquela escola.