A Itália é o único país da Europa Ocidental que ainda não conta com uma legislação específica que autoriza o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. O projeto de lei está em pauta na nação há algum tempo, com plebiscitos, e grupos organizados indo às ruas protestar tanto contra, quanto a favor do projeto de lei. Vale lembrar que Roma é a sede principal da Igreja Católica no mundo e, também, um centro de conservadorismo dentro do país, o que dificulta muito o avanço nas discussões. Entretanto, uma declaração recente do Papa Francisco pode retirar o apoio da igreja aos grupos contrários.
Após reiterar que não apoia o casamento homossexual, no Sínodo da Família em outubro do ano passado, o Papa Francisco pontuou também que é dever da Igreja ser um espaço de misericórdia e acolhimento, longe de uma instituição que faz julgamentos e aponta o dedo. Por esse motivo, ele afirmou que é dever dos membros da Igreja trabalharem em prol desta. O Papa Francisco pediu para que os bispos parem de interferir nos assuntos legislativos e cuidem dos trabalhos pastorais. Com essa declaração, a representação máxima da Igreja Católica na Itália e no Mundo estaria retirando as influências da religião na discussão sobre a aprovação das leis igualitárias.
O projeto
O projeto 2081, de autoria da Senadora Monica Cirinnà, busca instaurar uma forma de união registrada em cartório, para tanto é preciso se comprometer a levar uma vida fiel e de assistência moral e material recíproca. O texto tem mais de 300 emendas e fala, também, sobre a adoção de crianças por casais homossexuais.