Em 2011, o primeiro transplante de útero do mundo foi realizado em uma mulher, entretanto, posteriormente sua gravidez acabou sendo interrompida. A Suécia é o país que mais investe em tecnologia para aprimorar a técnica, com cerca de 10 mulheres já tendo passado pelo procedimento. Mas a taxa de sucesso e gravidez completa é baixa e, mesmo quando a mulher completa a gestação, o bebê acaba nascendo prematuro. O primeiro nascimento bem sucedido foi registrado em 2014. Agora, uma nova técnica está sendo experimentada nos Estados Unidos, abrindo a possibilidade para transplante em mulheres trans e homens também, teoricamente.
A Cleveland Clinic, nos E.U.A, pretende realizar o primeiro transplante com a técnica ainda no começo deste ano. Em um primeiro instante, 8 mulheres foram selecionadas e estão passando por exames médicos para avaliar a possibilidade de receberem um útero doado por uma pessoa que faleceu. Todas as mulheres selecionadas nasceram com a característica comum de não ter útero. Depois da operação, elas precisariam tomar remédios para que o corpo não rejeitasse o órgão e isso duraria enquanto elas estivessem com ele.
Por esse motivo, a técnica é temporária e a pessoa ficaria com o útero apenas por uma ou duas gravidez. Os pesquisadores explicam que estar em um relacionamento estável é um dos requisitos para a cirurgia, uma vez que o apoio do parceiro é fundamental. Outro ponto importante, num primeiro momento, é que as mulheres tenham ovários, para que a gravidez possa ser testada através da fertilização in vitro.
Homens e mulheres trans
Teoricamente, com a técnica desenvolvida, homens e mulheres trans poderiam receber um útero, mas seria preciso criar um canal vaginal e adaptar a pélvis para receber a gestação, o que acarretaria em grandes procedimentos cirúrgicos, com muita dor. Outro ponto seria o uso de hormônio, que deveria ser incluído para que o homem ou a trans conseguissem suportar as mudanças que acontecem ao longo dessa fase. Mas, como nunca foi testado, a tese pode ser apenas uma fantasia.