O rap surgiu como uma manifestação cultural típica da comunidade negra norte americana, no final do século XX. Com rimas e poesias, as letras podem vir acompanhadas do famoso beatbox. Atualmente, a arte já ganhou atributos comerciais e é feito, inclusive, por artistas brancos, como Eminem e Macklemore, dois expoentes dos Estados Unidos. O rap é um dos cinco pilares do hip hop e é com esse gênero musical que tem conquistado transformações sociais.
É comum a noção errada de que o rap é o tipo de música que fala sobre drogas, crimes e violência. Ele é, acima de tudo, uma construção musical que fala sobre grupos marginais, no sentido daqueles que vivem à margem da sociedade normativa. Nesse sentido, diversos cantores do gênero ficaram famosos por incluir as causas LGBTQs em suas letras, fugindo das suas raízes hiper-masculinizadas, como Nick Minaj, a rapper trans Mykki Blanco, Jay Z, Lil’ Kim, Kanye West, que foi um dos artistas que mais deu suporte ao Frank Ocean quando ele se assumiu, Le1f, Macklemore e Ryan Lewis, entre outros.
No Brasil, as rappers e cantoras de hip hop são consideradas grandes divas da comunidade. Por isso, a adoração por Nick Minaj e Iggy Azalea, que sempre têm suas música entre as playlists de casas noturnas gays.
Uma brasileira que é militante do movimento LGBT, é feminista, luta contra o racismo e fala sobre tudo isso em suas músicas é a curitibana Karol Conka. A gata adora usar referência do gueto para criar maior identificação nas suas letras e conversar com os públicos marginais. Sua estreia no Lolapalooza, junto com a MC Carol bombou nas redes sociais e foi como um hino sobre empoderamento para a cultura negra.
O surgimento de cantores gays assumidos como o rapper Rico Dalasam no Brasil mostram que a diversidade avança. E temos ainda o pessoal do funk sempre dando apoio à comunidade, destaque para Valeska, Ludmilla, entre outras.
Não podemos esquecer também da cantora lésbica Ellen Oléria, vencedora da primeira temporada do The Voice Brasil, que fez a estreia do seu álbum com a canção “Testando”, que traz um rap sobre o racismo e o machismo. Ao que tudo indica, o rap está se transformando e abraçando a diversidade cada vez mais.