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CPI quer investigar “desvios ideológicos” na Educação para combater diversidade nas escolas

Redação Lado A 02 de Abril, 2016 00h44m

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Pelo jeito a bancada evangélica e conservadora não quer saber de livros que mencionam homossexuais nas escolas. Depois de barrarem o que chamaram de kit gay em 2014, aulas com tema na homossexualidade, e retirar qualquer menção a educação sexual ou de gênero nos planos de educação, a intolerância chega ao cúmulo de propor criar uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito para verificar se os alunos estão sendo deseducados para a diversidade com eles querem.
 
O deputado federal Victório Galli (PSC) com apoio de Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Marco Feliciano (PS-RJ) quer criar uma comissão para averiguar se de fato os professores estão respeitando a censura imposta pelo parlamento, seguida por muitas câmaras municipais. Serão necessárias 170 assinaturas para instaurar a comissão investigativa.  Segundo o entendimento destas pessoas, falar em homossexualidade ou heteronormatividade incentivaria a curiosidade dos jovens para um comportamento qual condenam publicamente.
 
Então livros clássicos como “Sertão Veredas” não poderiam ser lidos, ou até mesmo a Bíblia que contem o amor entre Jonatas e David, ainda livros de história sobre os gregos ou o famoso Exército de Tebas, composto por amantes. Ou mesmo citar que personagens importantes da história da humanidade eram gays como DaVinci, Michelangelo, Santos Dumont, entre outros.
 
“Toda a sociedade deve participar, visto que o preconceito é contra evangélicos, contra padres, gordinhos, magrinhos, crianças que tem dificuldade na aprendizagem, etc. Não é um problema sofrido somente por um determinado grupo social. Sempre faço questão de citar Clodovil e Vera Verão, que publicamente assumiam sua opção sexual, e foram celebrados pelos brasileiros, fosse artista ou político. Eles não impuseram suas opções sexuais para o restante da população, antes respeitavam e sempre foram respeitados”, argumentou o autor da proposta.

Galli disse ainda que “Ninguém deve tocar no assunto da vida íntima de ninguém, cada um tem seu livre arbítrio. Esta é a verdade e deve ser dita, e claramente repetida. Criticamos, sim, o projeto revolucionário — totalitário por natureza — que visa impor uma ideologia, determinar as escolhas das pessoas, como se alguns fossem os donos da verdade e soubessem o que é bom para os outros, sem respeitar sua liberdade de escolha, em especial ferindo de morte a família, a célula-mãe de qualquer sociedade”, continuou ele que ainda propõe um controle sobre os estudos do marxismo nas escolas.

Abaixo, exemplo de livro “barrado” no Recife por mencionar casais do mesmo sexo:
 

 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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