O cardeal Antonio Cañizares Llovera da cidade de Valência é acusado de incitação ao ódio contra os homossexuais em caso que promete ser divisor de águas na Espanha. Apesar da liberdade religiosa, o cardeal Cañizares pode pegar até quatro anos de prisão se comprovado que ele abusou deste direito ao afirmar que gays são ameaça à família e que formam um império gay. Em seu discurso, ele convocou os católicos à promoverem uma desobediência civil contra as leis que promovem o casamento gay, os direitos das transexuais e ainda criticou duramente a migração.
“A família está sendo perseguida, em nossa cultura, por dificuldades graves e intermináveis, enquanto sofre ataques sérios, que não estão escondidos de ninguém. Temos legislação contrária à família, ações de forças políticas e sociais, aos quais se juntam esses movimentos do império gay, ideologias como o feminismo radical, ou a mais enganadora de todas, a ideologia de gênero” disse o cardeal que afirmou ainda que a ideologia de gênero é “a mais insidiosa e destrutiva para a humanidade em toda a história”.
O discurso feito na semana passada durante uma homília pelo religioso de 70 anos é similar ao encontrado no Brasil, onde evangélicos e conservadores acusam os gays de impor a teoria de gênero e formarem uma ditadura homossexual com fim de converter crianças e aplacar normalidade ao comportamento gay.
O artigo 510 do Código Penal da Espanha não tolera o preconceito contra homossexuais e criminaliza “fomentar publicamente, promover ou incitar, direta ou indiretamente, ódio, hostilidade, discriminação ou violência contra um grupo”.
O embate entre cristão conservadores e a comunidade gay começou depois que a parada local usar imagens de santas se beijando e o slogan “Contra a Sagrada Opressão, ame como quiser”. Em 2012, o bispo Juan Antonio Reig Pla, de Madri, também foi acusado de cometer homofobia mas o seu processo oi arquivado.