Dois jovens homossexuais, de 20 e 22 anos, estavam passeando pelo Shopping Curitiba, na capital paranaense, na tarde de sexta-feira, 16, procurando por um presente para uma amiga. Como fazia algum tempo que eles não se encontravam, resolveram tomar um sorvete para colocar a conversa em dia. Ao sentar nas mesinhas próximas a Gelateria Freddo, eles começaram a se beijar, a ficar. Em resposta, uma funcionária do estabelecimento pediu que eles parassem com a cena porque estavam constrangendo outras pessoas e denegrindo a imagem do estabelecimento, contou Neto Pereira para a Lado A .
A cena homofóbica aconteceu por volta das 16h. Sem se dar conta da gravidade do que estava acontecendo ali, o casal ainda perguntou se eles poderiam permanecer no espaço caso consumissem algum produto da sorveteria. A resposta foi afirmativa, mas a atendente pontuou que apenas permitiria que permanecessem no espaço consumindo o sorvete se eles não se beijassem mais.
Os jovens conversaram com entidades representativas LGBTs para entender seus direitos sobre o que aconteceu no estabelecimento. Ao compreender a seriedade do problema e a homofobia da loja Freddo, ambos decidiram promover um Beijaço Solidário no dia 25 de setembro, às 14hs, em frente à sorveteria. O protesto acontecerá na forma de um beijaço LGBT, onde todas as pessoas que simpatizam com a causa estão convidados.
“Nós ficamos arrasados, né? Ela ordenou que parássemos de nos beijar. Ela poderia ter falado com outro tom e ser educada, ao menos, mesmo não tendo o direito de exigir isso. Porém, não, ela foi muito grossa e debochada”, conta um dos jovens.
Os beijaços são tradição em Curitiba. Diversos estabelecimentos com casos de homofobia já tiveram protestos em frente aos seus estabelecimentos, como a Livrarias Curitiba, do próprio Shopping Curitiba, e o Bar Stuart, na Praça Osório, entre outros.