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Saúde: Precisamos falar urgentemente sobre a Sífilis

Redação Lado A 24 de Outubro, 2016 17h12m

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Esta semana, o Ministério da Saúde admitiu pela primeira vez que o Brasil enfrenta uma epidemia de Sífilis. A doença, provocada por uma bactéria de alto poder de contágio, infectou no ano passado mais de 85 mil pessoas no país. Em 2012, uma pesquisa realizada no Centro de São Paulo apontou que quase 18% dos entrevistados possuíam a doença. Um dado alarmante.
 
Fernando, 21 anos, de Curitiba, estava com uma ferida na boca, próxima à garganta, que achava ser uma afta. O diagnóstico feito por meio de teste de sangue identificou o motivo daquela ferida: Sífilis, depois que consultou um médico. Apesar de quase sempre usar preservativo, Fernando se surpreendeu pois não imaginou que poderia estar em risco para Sífilis, ainda mais por meio do sexo oral, quando nunca se protegia.  
 
Para chamar ainda mais a sua atenção, a Sífilis pode ser transmitida pelo beijo. Sim. Por isso, estima-se que entre a população homossexual adulta a doença esteja muito mais disseminada do que se imagina.
 
Na Sífilis adquirida recente, as lesões, ou infecções de pele, denominadas cancro duro, que se parecem com um furúnculo e podem ser confundidas facilmente com um pêlo encravado, costumam desaparecer espontaneamente em cerca de 4 semanas. O período de incubação médio após o contato é de 21 dias, e a primeira ferida surge no local do contágio.
 
De 4 a 8 semanas após o desaparecimento da primeira ferida aparecem outras manchas avermelhadas pelo corpo, indolores, similares ao sarampo. É a sífilis secundária que pode se manifestar depois com machas nas palmas das mãos e dos pés, na boca, inchaço dos nódulos linfáticos e glândulas, queda de tufos de cabelo e condilomas planos.
 
Mas a Sífilis Latente Precoce não apresenta manifestações clínicas e é preciso que o diagnóstico laboratorial seja solicitado.
 
Passados estes estágios, a doença permanece no organismo sem se manifestar externamente, levando à Sífilis Terciária. O tempo de dormência do vírus pode ser de anos há décadas. Gomos e nódulos dolorosos, Sífilis óssea, Sífilis cardiovascular – ou aortite sifilítica, causando insuficiência cardíaca e Sífilis do sistema nervoso são algumas das complicações que podem levar à morte do paciente.
 
A penicilina G é a droga mais usada no tratamento da sífilis. A situação complica se a pessoa for portadora do vírus HIV pois o tratamento combinado pode ser mais difícil, além da Sífilis avançar mais rapidamente em portadores do HIV.
 
É preciso entender que a Sífilis é uma doença que se transmite facilmente, silenciosa, por isso, se você nunca testou para Sífilis, faça o teste no COA (Rua do Rosário,144), em Curitiba, e comece a escolher melhor com quem você mantém intimidade.
 
 
Redação Lado A

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Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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