Quem escuta as piadas e se delicia com o humor de Christian Pior, do Pânico, não imagina a infância e adolescência difíceis que teve. Evandro Santo, seu nome de batismo, foi abandonado pela mãe quando nasceu e criado pelos tios. Cresceu sofrendo bullying e apanhando na escola por ser afeminado. Depois, sofreu com homofobia por conta da sua homossexualidade.
O artista que hoje tem 42 anos nasceu em Uberaba, uma cidade do interior de Minas Gerais. Lá, foi chamado por boa parte da sua infância e juventude de “ET bicha”. Ele conta que os colegas da escola o esperavam na saída para bater nele. Quando era um contra um, ele diz que até chegava a ganhar, às vezes a professora salvava a pele dele, mas ele revela que teve que, por incontáveis vezes, fugir correndo dos agressores.
Abandonado ao nascer por sua mãe, viveu com os tios até os seis anos de idade. Foi quando voltou a morar com a mãe biológica. Depois, passou por um problema sério com vício em drogas, algo que ele considera um erro. E afirma, ainda, que chegou a pegar vários dos seus agressores de infância na noitada. Vai entender.
Há quem diga que o humor pode nascer da tragédia. Evandro concorda. Ela acredita que toda a dor que enfrentou nessa fase deram suporte para que ele fizesse humor e arte de forma profissional. Sobre a homofobia, ele revelou ao portal UOL que o pior tipo é aquela velada. “A descrição mais homofóbica que ouvi falar é ‘você é gay, que desperdício’. Desperdício? […] Quando a mulher fala isso, ao invés de ser um elogio, é um elogio de dupla face”, opina.
Confira a entrevista do Evandro Santo para o UOL aqui.