Há algumas semanas postei em meu perfil em uma rede social a seguinte frase: “Amigos não transam”, com uma sequência mais polêmica ainda em que dizia que assumissem suas “promiscuidades” e não esquecessem que amigos eram como “família”. Volto ao tema aqui, primeiro porque algumas pessoas não entenderam a subjetividade da postagem, e também porque outros concordaram demais com ela. Não sejamos hipócritas: todos já fizeram ou quiseram fazer sexo com um amigo.
Mas o caso ao qual eu me referia, e talvez não tenha sido claro, é a atual mania das pessoas de chamarem a todos de amigos, inclusive os peguetes fixos e, ainda, por algum motivo querer transformar alguém com quem está ficando em “amigo”, continuar se relacionando sexualmente, assim como com outros, por medo de assumir compromissos. Vivi esta situação algumas vezes, inclusive com um ex namorado. Não gente, amigo é mais do que isso.
Amigos são para sempre. Amizade e sexo não se misturam. Cada um faz o que quiser, obviamente. Mas eu não aceito amigos assim. Aliás, amizades assim servem apenas para ir à balada ou suprir a carência alheia, o termo amigos de balada é equivocado, tanto quanto amigo de Facebook. E o cinema, jantas, programa culturais juntos? Os amigos hoje se falam nas redes sociais e raramente aprofundam as relações. Muitos aprofundam apenas para o sexo ou por meio dele.
A famosa amizade colorida ou amigos que transam não é novidade, sempre existiu. Há pesquisas até que indicam que sexo entre amigos estreita a confiança. Tudo lindo e maravilhoso, quando funciona. Amigos transam, e não deixam de ser amigos. Mas então entra uma terceira pessoa nesta relação: um novo namorado, um “amigo” novo, e então a “amizade” ficará em segundo plano. Irão mentir que transaram? Amigos se importam e, neste caso, se a amizade verdadeira não se abalar é porque não passava de sexo mesmo, e se abalar não era amizade. Então voltamos ao início.