Em 2016, a organização Human Rights Watch (HRW) denunciou o ambiente opressivo contra minorias sexuais nas escolas de todo o Japão. O relatório apontava que gays, mulheres, lésbicas e transgêneros eram constantemente alvos de declarações discriminatórias, às vezes por parte dos próprios professores. Depois da denúncia, o Ministério da Educação do país elaborou uma nova política de prevenção contra bullying que inclui proteção contra opressão LGBT.
O anúncio foi realizado pelo diretor japonês da HRW, Kanae Doi, que afirmou ser um passo importante para o oferecimento de uma educação de qualidade para todas as crianças japonesas. A Política Básica para a Prevenção do Bullying foi liberado no início de março e afirma que é dever das escolas acabar com o bullying baseado na orientação sexual e identidade de gênero ao “promover capacitações aos professores na área de gênero e sexualidade, além de tomar medidas cabíveis contra ações agressivas”.
A medida alinha o país como um dos principais transformadores e respeitadores dos Direitos Humanos. “O governo está demonstrando liderança na educação e capacitação de professores para proteger os estudantes LGBT”, afirmou Doi.
A nova diretriz segue o modelo usado em 2015, pelo Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão, que regulamenta o tratamento às crianças transgêneros em escolas japonesas. As medidas surgiram com a constatação de dados alarmantes: 69% dos jovens homossexuais afirmaram ter sofrido algum tipo de bullying na escola, e 30% afirmaram que cogitaram suicídio. Em 2014 foram registrados mais de 120 casos de bullying na escolas em todo o país, a maioria deles com conotação homofóbica, segundo o governo japonês.