A Ilha da Magia é um dos principais destinos para quem quer curtir o Carnaval no Sul do Brasil. A comunidade LGBT vai em peso para a capital catarinense, por conta das tradicionais festas LGBTs da cidade e das belas praias. Mas, como mostram as manchetes de jornais, Florianópolis precisa garantir melhor seu título de capital gay-friendly. Foram registradas centenas de agressões, e a homofobia rolou solta, com direito a agressões a um casal gay no ensaio da Escola de Samba União da Ilha da Magia e de um soco em uma mulher lésbica que protegia uma amiga do assédio de um homem.
Os dois casos foram registrados pela polícia e viraram notícias. Uma leitora da Lado A que esteve por lá, relatou que os incidentes de agressões e confusões foram muito comuns, principalmente motivados por homofobia. Ela relata que a briga na Lagoa da Conceição aconteceu quando dois rapazes se beijavam na saída do ensaio da agremiação União da Ilha da Magia e um grupo os parou para chamá-los de viados. Mesmo sem responder, o grupo partiu pra cima, puxou o cabelo e começou a arrastar um, enquanto derrubava e chutava o outro. O presidente da escola, Valdimir Braz de Souza, afirmou que os agressores não faziam parte da agremiação e que repudia qualquer ato de homofobia.
Já com as meninas, o que aconteceu foi que um grupo de cinco mulheres procurava um lugar para jantar próximo à folia, quando um homem as abordou e tentou beijar uma delas à força. A namorada da garota tentou intervir, colocando um braço na frente. A resposta do homem foi um soco na cara dela. As garotas chegaram a fotografar o agressor que foi denunciado nas redes sociais.
Festas
O consumo de álcool e drogas nas festas das casas noturnas foi desenfreado. Segundo a nossa leitora, era perceptível que mais da metade dos foliões nas festas estavam usando drogas, principalmente GHB e Key. Ela relata que testemunhou uma briga por esse motivo. Um segurança encontrou um jovem usando droga no banheiro de uma balada e pediu que ele se retirasse. O jovem enfrentou o segurança, que precisou acionar a equipe para conter um tumulto.
Até que ponto a curtição neste nível pode levar a uma diversão saudável? Florianópolis já não é mais a mesma no Carnaval. Seja pela falta de segurança da população LGBT, seja pelo consumo desenfreado de drogas. Seja pela falta de segurança da população LGBT, seja pelo consumo desenfreado de drogas. Esperamos que a Ilha da Magia volte a ser o que era: um local para se contemplar a natureza e a liberdade. Felizmente este ano não tivemos morte relatada por excesso de drogas nas festas.
Lei frouxa
Dois projetos de lei importantes para a comunidade LGBT foram vetados este ano pelo prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (PMDB). Ao assumir o cargo em janeiro, ele não assinou o PL 16.904/2016 e o PL 16.704/2016 aprovados no final do ano na Câmara e deixados para ele analisar por seu antecessor. Ambos de autoria do vereador gay assumido Tiago Silva. Um determinava punições para condutas homofóbicas e atos discriminatórios – alterando uma lei anterior que já previa a homofobia. O outro PL reconhecia o uso do nome social e identidade de gênero de pessoas trans. Por conta da negativa, Tiago Silva deixou o cargo de secretário de Defesa do Consumidor da atual gestão.