A novela “A Lei do Amor” da Rede Globo terminou na última sexta-feira, 31, com um recorde: o maior número de casais homoafetivos. No total, a novela contou a história de três casais homoafetivos, dois gays e um lésbico. Apesar do número, a novela passou longe de explorar as temáticas e mostrar cenas de carinho com naturalidade. Desde 2014, como beijo protagonizado por Mateus Solano e Thiago Fragoso, o beijo gay é um tabu nas novelas da Globo.
A novela contou a história do frentista Wesley que se apaixonou por Zelito. Os dois não ficaram muito tempo juntos, uma vez que o DJ foi assassinado. Mas a trama não deixou de dar um final feliz para Wesley, que se envolveu na última semana com Gledson. E apesar de não haver troca de carinhos, os diálogos deram a entender que os dois ficaram juntos.
O casal lésbico foi formado por Flávia, que depois de terminar com o namorado, apareceu namorando Gabi, interpretada por Fernanda Nobre. O papel marca a volta da atriz para a Globo depois de uma longa passagem pela Record. Nobre ficou bastante feliz em interpretar uma personagem lésbica. “É importante abordar o que o público quer e precisa ouvir. Ainda me espanta que ainda exista intransigência e um discurso conservador, estou cada vez mais desinteressada em discursos fechados, mas, mais do que nunca, a gente precisa falar sobre isso”, posicionou-se.
Até as drags curitibanas As Deendjers fizeram um ponta na novela dos autores Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari. No início da trama, dois adolescentes fingiram ser um casal gay para irritar o pai machista. Apesar de o número recorde de casais gays ser um fato a se comemorar, vale lembrar que pouco se fez em questão de representatividade em “A Lei do Amor”. Com histórias apagadas e pouco exploradas, os autores só incluíram números. O ápice de representatividade para a comunidade aconteceu em 2014, com o beijo gay. Em seguida, a novela Babilônia trouxe o casal lésbico idoso, com um selinho logo no primeiro episódio, mas a rejeição foi tamanha que a trama teve que ser alterada.