Pessoas trans de diversos países da América Latina, uma das regiões mais conservadoras do mundo, encontram dificuldades em ter seus direitos resguardados por lei. Pensando nisso, a entidade das Nações Unidas voltada para o combate à AIDS, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), emitiu um alerta através de suas representantes, para que os países da América Latina e do Caribe criassem melhores programas para atender pessoas trans.
Vítimas de violência física e psicológica, as mulheres e homens trans podem levar anos, só no Brasil, que já tem algumas medidas de proteção e incentivo, para terem seus documentos mudados ou participarem de programas de readequação sexual pelo Sistema Único de Saúde. Na Argentina, uma lei modelo que facilita a alteração de nome, gênero e foto em documentos oficiais foi aprovada em 2012.
Na América Latina, a taxa de mulheres infectadas com o vírus do HIV varia de 8% a 23%, considerada alta. Muitas delas encontram dificuldades para ter acesso a informações e tratamentos porque não contam com identificações que correspondam a sua imagem e gênero reais. Desta forma, não têm direito à saúde, trabalho, educação de qualidade, entre outros.
Marcela Romero é coordenadora da Rede Latino-Americana e Caribenha de Pessoas Trans (REDLACTRANS) e, em parceria com a UNAIDS, lançou uma mensagem de apelo e incentivo no dia 31 de março, em celebração ao Dia Internacional da Visibilidade Trans: “não pedimos outros direitos – pedimos os mesmos direitos que qualquer outro cidadão. Uma pessoa que não tem uma identidade não existe. Somos parte da sociedade!”.