A prefeitura da cidade de Jundiaí, em São Paulo, causou polêmica ao apresentar a programação da Semana da Diversidade Sexual de Jundiaí. Isso porque no meio da lista de apresentações está a peça teatral “A princesa e a costureira”, a qual narra a história de amor entre duas mulheres. A polêmica surgiu quando o site “Gospel Prime – o cristão bem informado” publicou a notícia de que a cidade estava promovendo um conto de fadas gay para crianças. Após essa matéria, republicada por diversos veículos de comunicação, o grupo Jundiaí Pela Vida fez uma petição para barrar a peça.
A petição virtual possui mais de 1.900 assinaturas e em seu texto defende que a peça promove a sexualização precoce de crianças e adolescentes. Ainda, diz que a prefeitura deve resolver problemas da cidade e não se envolver com agendas ideológicas. A Prefeitura de Jundiaí afirmou em nota na data de ontem, 11 de setembro, que a exibição da peça será mantida.
A peça baseia-se no livro da psicóloga Janaína Leslão. Escrito desde 2009, o livro que leva o mesmo nome da peça teatral, teve dificuldades em ser publicado por não encontrar uma editora devido a sexualidade da personagem principal. O livro foi lançado apenas em 2014 e mesmo assim a autora foi responsável por financiar as imagens do conto de fadas. Segundo depoimento de Janaína ao HuffPost Brasil , o objetivo do livro foi que os pré-adolescentes homossexuais se sentissem representados e que as pessoas reconhecessem que há espaço para todos.
Parabéns à autora por ser pioneira no Brasil ao produzir um conto de fadas com personagens homossexuais e à Prefeitura de Jundiaí por não cedererem à pressão dos mais conservadores! Segundo a nota publicada pela prefeitura, é de responsabilidade do poder público promover os direitos da pessoa humana, por isso justifica-se a exibição da peça.