Em junho de 2016, você conferiu aqui na Revista Lado A a entrevista com o pastor José Marvel Queiroz de Sousa, criador da
primeira Bíblia inclusiva brasileira. A obra, que leva o nome de Bíblia Graça Sobre Graça, ficou conhecida como “Bíblia gay”. Entretanto, os comentários inclusivos contidos na versão vão além da questão LGBT, incluindo idosos, negros e mulheres.
Essa semana a “Bíblia gay” voltou aos holofotes devido a um processo judicial. Em março deste ano, o pastor baiano Abílio Santana publicou um vídeo no YouTube fazendo um alerta aos cristãos para não comprarem a “Bíblia gay” por engano. Durante os aproximados 3 minutos de duração do vídeo, o pastor relata que há exclusão de partes do texto original, sempre nos pedaços em que há abominação aos homossexuais. Ainda, Abílio mostra imagens do autor desta versão da Bíblia, José Marvel Queiroz de Sousa, e de seu companheiro Jefferson, com quem vive maritalmente. Ao apresentar o casal, Abílio utiliza palavras como “senhoritas” e “quase meninas”, demonstrando sua ignorância quanto a questões de sexualidade e gênero. O casal então entrou com um processo na 5ª Vara Criminal do Estado da Bahia com uma queixa-crime por injúria e difamação.
Segundo o site Gospel Prime, Abílio Santana recebeu apoio do deputado Marco Feliciano, que também se declarou contrário a interpretação inclusiva da Bíblia. De acordo com o mesmo site, José Marvel declarou que a versão Graça Sobre Graça não exclui nenhuma passagem, apenas apresenta comentários de rodapé com uma interpretação diferente dos versículos.
Nesta terça-feira seria realizada uma audiência de conciliação mas os autores da ação não foram notificados pela Justiça e uma nova audiência foi marcada para o próximo mês.