A Índia realizou seu primeiro concurso de rainha de beleza transgênero que foi disputado por mais de 1.500 concorrentes na primeira seleção, que representaram diferentes estados da índia. A final, realizada esta semana, contou com 15 competidoras selecionadas e uma mega produção. O concurso só foi possível graças ao governo indiano que aprovou um projeto de lei que visa proteger os direitos das pessoas trans, denominado Transgender Person (Protection of Rights) em 2016, reconhecendo as pessoas trans como um terceiro sexo. A lei tem por objetivo proteger o direito social, econômico e educacional das pessoas trans.
Quem levou a coroa foi a candidata Nitasha Biswas, 26 anos, de Kolkata, eleita Miss Trans Queen 2017. A rainha declarou que ganhar o título foi maravilhoso, que todo mundo ainda está no modo de festa em torno dela e já sonha com a próxima etapa de sua vida: representar a Índia na Tailândia, no concurso de beleza mais importante do mundo trans, o Miss Trans Queen International.
Este concurso é um grande passo, para o respeito e uma vitória na luta que as trans da Índia tem passado, pois sofrem muita discriminação, como em muitos países, mas é nítido que estão tentando mudar este quadro. Há concursos de beleza trans também no Brasil que sempre manda candidatas para a Tailândia. Aliás a Tailândia tem realizado o concurso Miss Internacional Quenn, considerado o maior concurso mundial no âmbito transgênero, que conta com a participação de mulheres trans no mundo todo há 12 anos.
E não podeíamos deixar de destacar que no concurso do ano passado o primeiro lugar foi ocupado por Jiratchaya Sirimongkol, 25 anos, tailandesa, mas o segundo lugar foi preenchido por uma brasileira, a belíssima Náthalie de Oliveira. Apesar da fama e de belas competidoras, a Tailândia segue sendo um país de maioria conservadora, e que até hoje ainda não reconhece uniões homoafetivas legalmente, apesar das mulheres trans terem seus direitos reconhecidos no país. Em 2013 , a Suprema Corte do país resgatou uma lei colonial vitoriana que pune o sexo consensual entre dois adultos do mesmo sexo, criminalizando a homossexualidade novamente.