Um estudo do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, o IBOPE, atenta para o fato de que os brasileiros proferem preconceitos e ofensas mesmo sem perceber. A pesquisa foi encomendada pela cerveja Skol e pessoas de todas as regiões do país foram consultadas. Os resultados são preocupantes: 72% dos entrevistados já fizeram algum comentário de teor preconceituoso ou ofensivo, mesmo que 83% deles não se declarem preconceituosos.
“Mulher tem que se dar ao respeito”, “Pode ser gay, mas não precisa beijar em público”, “Não sou preconceituoso, até tenho um amigo negro”, “Ele (a) é bonito, mas é gordinho (a)”; foram algumas das frases apresentadas aos entrevistados para que esses escolhessem quais delas já ouviu ou até mesmo falou. As frases de teor machista e homofóbico lideraram nos resultados. Quase todos os entrevistados que já disseram frases preconceituosas reconheceram as frases de cunho machista, a porcentagem exata foi de 99%.
A LGBTIfobia, resultado imediato do machismo, ficou com a porcentagem de 29%, e é considerada o maior preconceito entre os brasileiros. Esses números embasam o fato de que no Brasil, a cada 25 horas um LGBTI é assassinado, de acordo com estatística do Grupo Gay da Bahia (GGB). Em 2017, já foram contabilizados mais de 227 assassinatos de LGBTIs até o mês de setembro.
Dos números levantados pelo IBOPE, 45% dos brasileiros reconhecem o preconceito nas frases cotidianas que apresentam machismo, LGBTIfobia, racismo e gordofobia; mas não reagem diante desses fatos e continua presenciando ou reproduzindo essas discriminações. Dentre esses quatro preconceitos, o machismo liderou com 61% na pesquisa, seguida do racismo com 46%, LGBTI com 44% e gordofobia com 30%. A região que mais manifestou preconceito foi o Sudeste, e a frase que mais se fez presente no rol das discriminações da sociedade é machista: “Mulher tem que se dar ao respeito”, frase que veio de 92% dos entrevistados que reconheceram já terem dito frases preconceituosas.
A pesquisa foi realizada pelo IBOPE entre os dias 21 e 26 de setembro, com entrevistas pessoais e domicialiares, baseada em métodos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram ouvidas 2002 pessoas de todas as regiões do Brasil. Os dados da pesquisa ainda não estão disponíveis no site do IBOPE, apenas os resultados, que
podem ser conferidos aqui.
Contra qualquer tipo de discriminação ou preconceito, disque 100, para acionar o Ministério de Direitos Humanos.