Responsável pela morte da travesti Makelly Castro, Luís Augusto Nunes foi absolvido no dia 5 de outubro, no estado do Piauí. O autor do crime, que também é professor, foi acusado de homicídio qualificado por emprego de meio cruel, o seja, houve intenção de matar e a execução da vítima foi um processo sofrível para a mesma. O corpo de Makelly Castro foi encontrado no dia 18 de julho de 2014, no bairro Distrito Industrial, localizado ao sul de Teresina. O corpo estava vestido apenas com roupas íntimas e apresentava vários hematomas.
Esse foi o primeiro caso de transfobia a ir para júri popular. O promotor Ubiraci Rocha mostrou-se surpreso com a decisão sobre absolvição, uma vez que o conselho de sentença reconheceu a autoria do crime. “O Conselho de Sentença reconheceu o acusado como autor do delito, mas mesmo assim resolveu absolvê-lo por 4 a 3 da prática do homicídio qualificado”, disse o promotor ao site do G1.
Ubiraci Rocha disse que vai recorrer da decisão pois “Isso demonstra infelizmente o preconceito à condição da vítima por ser travesti”. Contra Luís Augusto Nunes, autor do crime, foram apresentadas provas que fomentam a acusação, como o fato de um carro usado pelo professor ter sido encontrado no local onde Makelly estava antes de ser morta, um ponto de prostituição.
O advogado de Luís Augusto alegou que seu cliente é inocente, uma vez que usou o carro usado como objeto de acusação apenas por alguns instantes para transportar a verdadeira dona. O defensor do acusado alegou ainda, que na hora do crime seu cliente estava em casa. O promotor Ubiraci Rocha declarou que o ocorrido trata-se de um crime de ódio. Testemunhas disseram “que a pessoa com quem ela teve contato antes a golpeou depois de não ter ereção. Isso estabelece a relação de ódio, raiva do objeto sexual. É dentro dessa linha que o MP vai trabalhar”, disse.