Segundo dados registrados pelo Grupo Gay da Bahia no site “Quem a Homotransfobia Matou Hoje”, em 2017 foram registradas 445 mortes em virtude de LGBTfobia no Brasil. Os registros do ano passado ultrapassaram os de 2016, que fechou o ano com 335 mortes, quando o Brasil já era considerado o segundo país que mais mata por LGBTfobia.
Em 37 anos de pesquisas pelo Grupo Gay da Bahia, nunca foi visto um resultado tão preocupante quanto o de 2017. O ano fechou com 445 mortes, sendo que um LGBT foi assassinado a cada 20 horas no país. A maioria dos crimes aconteceram de forma cruel, com muitos tiros, facadas, espancamentos e diversas formas de violência.
Os dados coletados durante o ano pelo Grupo Gay da Bahia mostram que a maioria dos assassinados em 2017 foram gays, chegando ao número de 187 mortes. As travestis, com 132 mortes, são o segundo grupo mais violentado no ano passado. A expectativa de vida de cada grupo LGBT é muito baixa em relação às outras parcelas da sociedade. As pessoas transgênero vivem em média 27 anos; as lésbicas vivem 28 anos; os gays, 38 e os bissexuais, 42 anos.
Os números cada vez mais crescentes de mortes por LGBTfobia têm ligação direta com o aumento do conservadorismo no Brasil. Discursos de ódio estão cada vez mais frequentes em meio à sociedade e legitimam as violências cotidianas contra a população LGBT. Um outro aspecto preocupante, como já publicado pela Lado A, é a negligência do Estado diante dessas mortes. Em 2017, os recursos do Governo Federal destinado aos programas de combate à LGBTfobia foram zerados.
Segundo dados levantados em 2017 pela ong Transgender Europe, o Brasil também foi considerado como um país perigoso para a população LGBT por apresentar 325 mortes entre 1º de outubro de 2016 a 30 de setembro de 2017. O Brasil saiu na frente de países como México, com 56 mortes no mesmo período e Estados Unidos, com 25 mortes.