Redação Lado A | 18 de Abril, 2018 | 16h50m |
A rede social chinesa Sina Weibo voltou atrás de uma decisão depois da pressão dos mais de 400 milhões usuários. A empresa solicitou a censura da circulação de conteúdos gays na rede, colocando-os na mesma categoria dos materiais pornográficos e violentos da internet.
O anúncio publicado pela Weibo na sexta feira, 13 de abril, levantou diversas reivindicações. A empresa disse que iria rastrear e deletar conteúdos gays por três meses até que a rede social fosse “limpa”. Milhares de usuários passaram a circular conteúdos LGBT com as hashtags #EuSouGay e #SouGayNãoUmPervertido.
Como justificativa para a censura de conteúdos gays, a Weibo disse que está cumprindo as leis de segurança da internet do país, impostas em 2016 pelo presidente comunista Xi Jinping. A China possui leis rigorosas com relação aos conteúdos que circulam pela rede no país e a Weibo é uma das poucas redes sociais permitidas em território chinês.
A Weibo, que funciona de forma semelhante ao Twiiter, viu suas ações caírem drasticamente poucas horas após o anúncio de censura. Diante da pressão, a plataforma desistiu da operação e reiterou a remoção apenas de conteúdos pornográficos e violentos, agradecendo ao posicionamento dos internautas.
Apesar do posicionamento da Weibo em não censurar conteúdos LGBT, o governo chinês continua pressionando a plataforma. Desde janeiro deste ano o site recebe inúmeras cobranças do governo para que canalize o conteúdo do site de forma condizente com a ideologia do governo.
Embora a discriminação contra homossexuais seja proibida na China desde 1997, apenas em 2001 a homossexualidade deixou de ser considerada doença mental. O artigo 38 da Constituição do país reitera que a dignidade dos cidadãos é inviolável, argumento que foi muito usado pelos usuários da Weibo para protestar contra a medida de censura. No entanto, a homossexualidade na China ainda sofre muita repressão.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |