Artista francês gay é encontrado morto com tiro na cabeça em Paraty

Redação Lado A 17 de Julho, 2018 14h35m

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Um artista francês de 33 anos foi morto em Paraty, no Rio de Janeiro. Identificado como Cedric Alexandre Vacherie Jaurgoyhen, o homem gay foi assassinado com um tiro de espingarda na cabeça, na sexta-feria, dia 13 de julho. O crime aconteceu em um sítio onde Cedric morava no bairro de Barra Grande.

Segundo informações da Polícia Civil, a Polícia Militar foi acionada para apurar o caso logo de manhã. O corpo do artista foi encontrado por um pedreiro ao lado de uma casa incendiada. A polícia suspeita ainda que o crime aconteceu durante a madrugada de quinta para sexta-feira.

As investigações também estão apurando se o crime se trata de intolerância. Homossexual assumido, o artista que também era fotógrafo seguia a religião do Candomblé. Essas características levantaram mais desconfianças sobre homofobia e intolerância religiosa. Uma amiga da vítima que não quis se identificar contou ao site Extra que é possível que traficantes tenham dominado o local. No entanto, essa informação não foi confirmada.

O fato de a casa ter sido encontrada queimada, junto com os pertences e obras de arte da vítima também chama a atenção. Os familiares e amigos acreditam na hipótese de morte por homofobia e intolerância, já que suas artes remetiam à religião. Por outro lado, para o delegado Uriel Alcântara Machado, da 167 DP de Paraty, ainda é cedo para tirar essas conclusões.

A polícia investigar através de testemunhas. O delegado disse ainda que serão entrevistados moradores da região e o pedreiro que encontrou o corpo na sexta-feira pela manhã. Como o disparo foi de espingarda, a polícia acredita que alguém possa ter ouvido o tiro. Até o momento ninguém foi preso.

Cedric Alexandre

O fotógrafo morava em Paraty há 15 anos, e no sítio, há mais ou menos um ano. Desde então, Cedric deu início a alguns projetos ecológicos e agrícolas associados. Segundo alguns amigos, Cedric havia comprado o sítio para desenvolver um parque ecológico, era uma boa pessoa e não tinha inimigos.

Alguns moradores da região passavam em meio à propriedade de Cedric, o que gerou incômodo ao proprietário. Diante disso, o artista fechou a passagem mas mandou abrir uma outra estrada. Apesar do atrito, a polícia ainda não acredita que essas pessoas estejam envolvidas com o crime.

A família do artista veio da França para reconhecer o corpo. Inconformados com a perda, os parentes lamentaram que até mesmo as recordações do artista tenham sido queimadas. Algumas obras de arte representavam os Orixás do Candomblé, e também foram consumidas pelo fogo.

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