Redação Lado A | 13 de Outubro, 2018 | 09h53m |
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Após muitas pesquisas em laboratório, cientistas chineses finalmente conseguiram reproduzir mamíferos com animais do mesmo sexo. O estudo foi realizado por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências e publicado na revista Cell Stem Cell. Desde a conclusão do estudo e publicação em 11 de outubro, a comunidade científica está impressionada com a descoberta inédita.
De acordo com o cientista Christophe Galiche, do Instituto Francis Crick, em Londres, os cientistas chineses deram um grande passo para entender um pouco mais sobre a reprodução de mamíferos. Uma outra observação é a de que os cientistas abriram a discussão sobre os motivos de os mamíferos só se reproduzirem sexualmente.
Além da grande contribuição científica, os pesquisadores estão permitindo avanços nas pesquisas para tratamentos de fertilidade em humanos. Para os pesquisadores, a descoberta pode evoluir para clonagem de mamíferos e reprodução entre humanos do mesmo sexo. Por outro lado, existe um grande risco de anomalias, o que confere maior atenção ao desenvolvimento seguro da descoberta.
Segundo os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, a dificuldade de reprodução entre mamíferos do mesmo sexo começa na fase embrionária. Na primeira fase de desenvolvimento celular pode acontecer que alguns genes maternos e paternos sejam impedidos de incorporar no embrião. Devido a isso, alguns filhotes podem apresentar características anormais ou não sobrevivem.
Não foi a primeira vez que os cientistas tentaram obter êxito nesse experimento. Algumas tentativas já foram realizadas mas essa foi a primeira vez que os filhotes nasceram saudáveis. Foi formada uma amostra de 210 embriões dos quais 29 ratos chegaram à fase adulta e se reproduziram. No entanto, filhotes de dois pais sobreviveram apenas 24 horas, ao contrário dos filhotes de duas mães que ficaram saudáveis e aptos a reproduzir.
A solução para o sucesso do experimento foi a utilização de células-tronco embrionárias. Os espermatozoides e óvulos passaram por uma manipulação genética para eliminar os riscos de anomalias. Assim, células embrionárias femininas foram inseridas em óvulos de fêmeas em fase de reprodução. Os camundongos nascidos desse processo chegaram à fase adulta.
Com os ratos machos, os cientistas injetaram células masculinas com o esperma de outro camundongo, tal como foi o processo das fêmeas. Da mesma forma, os cientistas tentaram manipular o material para reduzir a chance de problemas.
Após a mistura das células, o material genético foi inserido em óvulos que tiveram o núcleo da célula removido, isto é, sem material genético feminino. Após esse processo, todo o material foi transferido para fêmeas realizarem a gestação. O resultado foi doze filhotes que, no entanto, sobreviveram doze horas.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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