“Sapatas vão morrer”, diz pichação em colégio particular no Rio de Janeiro

Redação Lado A 09 de Outubro, 2018 15h03m

Um colégio localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro teve o banheiro pichado com uma frase lesbofóbica. A pichação “Sapatas vão morrer” foi descoberta por uma aluna do 2º ano sesta segunda-feira, 8 de outubro. O Colégio Franco-Brasileiro, localizado em Laranjeiras, foi um dos pontos de votação das eleições no domingo.

Logo após perceber o vandalismo na porta do banheiro, a aluna ficou assustada e procurou a direção da escola. Apesar de o colégio ter sido ponto de votação e a pichação descoberta no dia seguinte, a diretora considera que a autoria é dos próprios alunos da instituição. De acordo com a diretora Celuta Reissman, o colégio não aceitará qualquer manifestação de preconceito.

A aluna que descobriu a pichação se mostrou muito amedrontada, o que indignou ainda mais a direção do colégio. A estudante teria se apavorado devido ao período de tamanha repressão contra os LGBTs no Brasil. Em conjunto com o depoimento da estudante e através das câmeras de segurança, a diretoria disse que vai apurar o caso e tomar as providências cabíveis.

A diretora Celuta Reissman disse ainda que não poderá aceitar esse tipo de atitude, ainda mais pela escola se tratar de uma instituição de renome. Com mais de cem anos de existência, o Colégio Franco-Brasileiro, segundo ela, é uma instituição de respeito. Além disso, a diretora disse que a instituição luta para que seus alunos sejam respeitosos e críticos. Por fim, ela salientou que a escola é laica e que embora possa ser uma brincadeira, a atitude não será tolerada.

Pais

A diretora Celuta Reissman deixou os pais cientes do acontecido através de um bilhete. No comunicado, ela não mencionou exatamente o que dizia a pichação. No entanto, deixou claro que o caso será apurado de forma séria e rígida. “Somos uma instituição que se firmou no cenário desta cidade e deste país como escola que preza o respeito às diversidades e, portanto, não aceitaremos qualquer tipo de manifestação preconceituosa, a qual será combatida com firmeza.”, diz o bilhete.

Apesar da postura exemplar do colégio, alguns pais endossaram a atitude do pichador. Para um pai, a pichação é “fruto da divisão da sociedade”. Já outros pais afirmaram votar em Jair Bolsonaro, candidato que difunde discriminação contra LGBTs, apesar de considerarem suas ideias extremistas.

Por outro lado, mesmo com a suspeita da diretora de que o autor foi um aluno, os pais acham que foi alguém de fora. Eles justificaram essa suspeita devido ao clima fervoroso das eleições. Os pais ainda estão lamentando esse clima de tensão e agressividade que agora se apresentou, inclusive, dentro da escola.

 

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