Transexual é morta com golpe de faca por eleitor de Bolsonaro em Aracaju

Redação Lado A 20 de Outubro, 2018 11h51m

Nesta sexta-feira, dia 19 de outubro, a transexual Laysa Fortuna, de 25 anos, morreu em decorrência de um atentado que sofreu no dia anterior. Segundo amigos, familiares e uma testemunha, a ativista Linda Brasil, um homem que se dizia eleitor de Jair Bolsonaro (PSL) atacou Laysa com uma faca. A agressão aconteceu no Centro de Aracaju.

Laysa Fortuna estava o Centro, entre as ruas Estância e Itabaiana, junto com amigos. De acordo com as testemunhas, um homem passou ameaçando o grupo. “Quando Bolsonaro foi eleito, todas vocês serão assassinadas”, teria dito o agressor. Ao voltar para o local, por volta das 22 horas, o homem desferiu um golpe de faca no tórax de Laysa.

A vítima foi imediatamente levada de ambulância ao Hospital Nestor Piva, no bairro Dezoito do Forte. Após um primeiro atendimento de emergência, foi transferida para o Hospital de Urgência de Sergipe, em Capucho. Apesar de inicialmente o estado de Laysa ser considerado estável, ela teve complicações e morreu na tarde de sexta-feira. Os amigos e familiares esperaram a liberação do corpo no mesmo dia em frente ao Instituto Médico Legal (IML).

Investigação

O autor da facada, Alex da Silva Cardoso, foi detido pelos amigos da transexual até a chegada da polícia. Ele foi encaminhado a 4ª Delegacia Metropolitana, Zona Sul de Aracaju. O caso ficou sob responsabilidade da delegada Meire Mansuet.

Apesar da gravidade do caso, enquanto era interrogado, a vítima ainda estava viva. Por esse motivo, Alex apenas assinou um  Termo de Ocorrência Circunstanciado e foi liberado. De acordo com decisão em conjunto com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, que definiu a tipificação do crime, Alex tem o direito de responder ao processo em liberdade. A base para considerar o crime como lesão corporal leve veio do hospital. Segundo o laudo, Laysa teve cortes leves. O documento foi emitido antes das complicações no quadro de saúde de Laysa.

A tipificação causou revolta em movimentos LGBTs. Ativistas procuraram o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis para denunciar que o crime se trata de tentativa de homicídio. Laysa Fortuna morreu após Alex da Silva Cardoso ser liberado, por isso a polícia segue na busca do criminoso para reconsiderar a tipificação do crime em virtude da morte da vítima.

 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa


COMENTÁRIOS