Sob censura, Parada Livre de Caxias do Sul acontece dentro de estacionamento

Redação Lado A 28 de Novembro, 2018 11h45m

Tradicionalmente realizada na praça Dante Alighieri, a 18ª Parada Livre de Caxias do Sul foi censurada pelo prefeito da cidade. Daniel Guerra (PRB) é apoiador do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e vetou a realização do evento LGBT na praça em questão e em qualquer local público. A Parada Livre de Caxias do Sul, portanto, deverá ser realizada em local privado.

Primeiramente, Daniel Guerra proibiu a realização da Parada Livre na praça Dante Alighieri. Diante da proibição sem fundamento ou justificativa, a organização sugeriu outros dois locais. Praça das Feiras e Rua Plácido de Castro, locais sugeridos, também foram vetados pelo prefeito. Daniel Guerra deu apenas a opção de realizar o evento em um ginásio totalmente desproporcional com o tamanho da Parada Livre e o número de pessoas esperadas para participar.

Com todos os espaços possíveis vetados pelo prefeito, a organização da Parada Livre não teve escolha. Precisaram alugar um estacionamento particular para realizar o evento. Por outro lado, o aluguel teve um custo elevado, e os organizadores precisaram angariar recursos através da internet. Obviamente, a prefeitura não ajudou com qualquer valor. A Parada Livre de Caxias do Sul aconteceu em 25 de novembro e terminou com um protesto em frente à Prefeitura.

O cenário político atual bem como a região conservadora de Caxias do Sul se tornou um terreno fértil para a censura. O município elegeu o presidente Jair Bolsonaro (PSL), extremamente conservador e LGBTfóbico, com mais de 70% dos votos. Mesmo assim, o direito de ocupar espaços públicos com uma manifestação em prol da igualdade é legítimo. Por isso, a Parada Livre fará uma denúncia ao Ministério Público sobre a proibição do prefeito.

Apesar de censurar a Parada Livre, o prefeito concedeu autorização para outros eventos. A Marcha para Jesus, por exemplo, foi uma delas. O prefeito ainda seria ligado à Igreja Universal e permitiu sem qualquer tipo de empecilho a realização da Marcha para Jesus em locais públicos.

Censura

Não é a primeira vez que o prefeito Daniel Guerra veta manifestações populares. Durante as eleições, contrariou o seu partido que resolveu apoiar Geraldo Alckmin. Enquanto era vereador, Guerra foi contra uma moção de repúdio movimentada protesto contra as manifestações preconceituosas de Bolsonaro.

No município, o prefeito vetou a exposição dentro da Câmara dos Vereadores do artista Rafael Dambrós. Além disso, Guerra autorizou, já durante o seu mandato como prefeito, que a Guarda Municipal reprimisse imigrantes haitianos e senegaleses que atuavam na cidade como vendedores ambulantes.

 

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