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Tem gente que se auto intitula “puta”. Isso acontece, volta e meia, como justificativa para dizer que não quer nada sério no momento. E a afirmação não é apenas forte, como também inverídica. A puta cobra, a puta sabe fazer, a puta joga limpo. Além disso, a puta, sabe o que faz com sua vida, por mais que a vida tenha a levado a esse caminho, na maioria das vezes elas tem planos para o futuro. A puta não merece a sua concorrência desleal e apropriação banal.
E não diga “sou”, diga “estou”. Um dia, você pode se interessar por alguém e querer algo sério e essa pessoa vai saber da sua frase, as pessoas lembrarão da sua afirmação. Porém, pensando bem, se você cobrasse, assim como as verdadeiras putas, seria mais digno e talvez veria o real valor do sexo e do corpo que tanto valoriza e acha que é bom. A prostituta não tem muitos limites do que fazer na cama ou paranoias com seu corpo, é mais liberal, age com profissionalismo e tem uma cumplicidade rara de se ver hoje em dia. É por interesse? Não, é um acordo muito mais resolvido do que muitos relacionamentos.
A puta não dá bolo, não mente, não precisa mentir. A puta é livre, fala na lata. Bem diferente dos joguinhos de pessoas que assumem “ser puta”, quando percebem que o outro está interessado “demais”. É estranho ver amigas se chamando de puta, como se fosse um elogio. Não! As putas de verdade não merecem isso, vocês são amadoras e iniciantes na arte do que elas são profissionais.
E as “falsas putas” por vezes agem por interesse, simulam um sex appeal que não possuem ou precisam beber para se sentir sexy. Pensam que a juventude durará para sempre e oferecem apenas o que podem oferecer: um corpo. Daí que vem a grande diferença: a puta de verdade oferece muito mais do que isso. A puta foi escolhida, alguém trabalhou pela grana que ela vai receber. Já você, era o que tinha para aquele dia, a cobaia. Resumindo: a puta é o gourmet e, no fim, você “puta grátis do app ou da balada”, é o PF do dia. Ainda, o boy pode te arrumar uma desculpa porque o ex ligou ou achou outro possivelmente melhor e te deixar na mão.
Hoje em dia, as pessoas se conhecem, transam, mentem, não se falam mais e bloqueiam. Elas agem como se fossem de fato apenas corpos, sem sentimentos e isso nem as profissionais do sexo fazem. Saiba que os contatinhos existem há tanto tempo quanto a prostituição. A vida promíscua cobra um preço alto muitas vezes, mas tem gente que sabe lucrar com isso e entende os riscos envolvidos. Tem gente que menospreza as putas, mas elas sim é quem encaram a realidade com otimismo. Entendem um mundo consumista e hipersexualizado, cobrando por hora o tempo que se dedicam aos outros. No fim, serão todos putas velhas. E então alguns terão percebido o que fizeram com suas vidas.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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