Empresário assedia e agride funcionária lésbica dentro de shopping em Cuiabá

O empresário Paulo Henrique Bortolotto, de 47 anos, foi preso em flagrante após xingar e agredir uma funcionária lésbica em Cuiabá, no Mato Grosso. A jovem de 26 anos, identificada apenas como L.K.D.C.S é funcionária do restaurante Santô que funciona dentro do Shopping Estação Cuiabá.

No dia 17 de janeiro a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência. Chegando no local, a vítima e testemunhas disseram que, além de agredir a atendente, o homem danificou objetos do restaurante.

A atendente estava trabalhando normalmente quando o cliente se exaltou e jogou uma máquina de passar cartões no chão, danificando o aparelho. A moça então se aproximou do empresário, sócio da empresa Todimo, para recolher a máquina quando foi surpreendida pelas agressões.

De acordo com a vítima em depoimento à polícia, o homem a agarrou e tentou tirar sua roupa na frente de todos os presentes. Paulo Henrique ainda disse vários insultos homofóbicos contra a atendente. Em seguida, ao tentar tirar a roupa da jovem, teria dito ainda que ia fazer ela “virar mulher”.

A polícia prendeu o homem em flagrante e o encaminhou para a Central de Flagrantes. Na delegacia, o empresário apenas assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi solto. Paulo Henrique será investigado pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher e poderá responder por importunação ofensiva ao pudor motivado por homofobia. Devido ao prejuízo que causou quebrando a máquina de cartão do restaurante, o homem também responderá por dano ao patrimônio.

Cidadão Mato-grossense

Paulo Henrique Bortolloto recebeu em 2017 o título de Cidadão Mato-grossense através da Assembléia Legislativa de Mato Grosso. Após a denúncia de agressão contra a funcionária lésbica, no entanto, o homem está prestes a perder o título.

Diante da repercussão do caso, o Conselho Municipal de Atenção da Diversidade Sexual de Cuiabá divulgou uma carta de repúdio contra o empresário. O Conselho exige ainda que a Assembléia Legislativa retire dele o título de Cidadão Mato-grossense.

Na carta, o Conselho apontou ainda os mais de 4.000 casos de assassinatos de mulheres no Brasil e os números alarmantes de violência em virtude de homofobia. A carta citou ainda que a condição financeira do acusado não deve servir para protegê-lo, se referindo ao fato de o agressor apenas ter assinado um documento na delegacia e logo em seguida liberado.