Vendedor que questionou Damares Alves processa a ministra por agressão

Redação Lado A 11 de Janeiro, 2019 18h14m

O vendedor Thiego Amorim, 34, que se envolveu em mais uma polêmica da ministra Damares Alves, disse que entrou com uma ação contra ela na Procuradoria Geral da República (PGR). O rapaz alegou que foi agredido e constrangido pela ministra quando questionou a ela sobre sua fala em que afirma que meninas vestem rosa e meninos vestem azul. Nos últimos dias, Damares visitou a loja em que Thiego trabalha e foi questionada sobre o caso pelo vendedor.

A loja fica localizada em um shopping de Brasília e comercializa roupas. No dia 4 de janeiro, Damares foi questionada pelo vendedor sobre a cor de sua roupa, azul. Segundo afirmação da própria ministra em vídeo que viralizou, azul é cor para ser usada pelos meninos. Sua declaração gerou inúmeros comentários e questionamentos, inclusive por parte de Thiego.

A alegação do vendedor e de seu advogado, Suenilson Sá, é sobre agressão. Segundo o vendedor, a ministra segurou Thiego pelo pescoço enquanto o ameaçava na frente de todos os presentes. Além disso, o vendedor afirma que a assessora de Damares deu um tapa na mão de Thiego enquanto o mesmo pegava o celular para gravar a presença da ministra na loja.

Thiego afirma em vídeo postado na internet que questionou Damares sobre sua declaração dizendo que meninos vestem azul e meninas vestirem rosa. Segundo o vendedor, nesse momento, a ministra o segurou pelo pescoço e disse que iria acabar com a ideologia de gênero nas escolas. Ameaçado, Thiego respondeu que isso não existe. Depois disso, a ministra teria afirmado ser professora e por isso falava com propriedade. Em contrapartida, Thiego disse que sua mãe também é professora há vinte anos e nunca mencionou sobre ideologia de gênero. Após essa discussão, Thiego questionou a roupa azul de Damares, que saiu da loja se dizendo constrangida.

Processo

Thiego Amorim e Suenilson Sá entraram com uma ação na Procuradoria Geral da República (PGR) nesta segunda-feira, 7 de janeiro. Além disso, o advogado registrou uma queixa na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos. O vendedor que é negro e gay está recebendo ameaças nas redes sociais depois do ocorrido com Damares. Escolhida por Jair Bolsonaro (PSL) para ser ministra do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares é muito defendida pelos seguidores do presidente LGBTfóbico e racista. Assim, Sá achou conveniente prestar queixa na polícia de crimes cibernéticos.

Na ocasião em que confrontou Damares, Thiego gravou a presença da ministra na loja em que trabalha. Durante a gravação, é possível ver apenas que ele trocou algumas palavras com a pastora. Por outro lado, o vendedor e seu advogado afirmam que a assessora da ministra chegou a agredir o rapaz, que só pegou o celular para gravar porque se sentiu ameaçado por ela.

Diante das denúncias, Sá e Amorim esperam que as autoridades realmente acionem Damares Alves. Os denunciantes esperam que o caso seja investigado detalhadamente. Com relação ao ocorrido na loja, o advogado afirma que a gravação feita pelo celular de Thiego não apresenta o que realmente aconteceu. Por outro lado, o vendedor afirmou que pode provar suas acusações através das imagens das câmeras de segurança de seu trabalho. Ainda de acordo com o advogado, Thiego vem sofrendo represálias e teme muito por sua vida ao voltar do trabalho.

 

 

 

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