Estudante é vítima de homofobia em ônibus e leva soco em São Paulo

Redação Lado A 01 de Março, 2019 10h41m

Um jovem estudante de 20 anos foi atingido por dois socos na cabeça quando se dirigia ao seu estágio em São Paulo. Luiz Otávio Crisóstomo, que cursa jornalismo na capital paulista, estava acompanhado de uma amiga em um ônibus. O jovem contou que, nesta quarta-feira, 27 de fevereiro, achou que seria assaltado mas na verdade foi vítima de homofobia.

Crisóstomo estava no ônibus que circula na Avenida Brigadeiro Faria Lima, localizada na zona oeste de São Paulo. Enquanto conversava com uma amiga sentado ao fundo do coletivo, percebeu a presença do agressor. Inicialmente, ele jogou a mochila na frente dos amigos e ficou parado no local em tom de ameaça.

Após esse primeiro contato, sem ao menos falar nada, o homem deu um soco na cabeça do estudante. Além disso, um outro soco atingiu o nariz do jovem. A agressão aconteceu por volta do meio dia, e Crisóstomo contou que o agressor aparentava ter 30 anos de idade.

Após tocar no estudante, o agressor começou a gritar. “Os gays são responsáveis pela Aids”, disse o homem. Além disso, o criminoso chegou a dizer que o estudante o teria “contaminado” após a agressão. Mesmo com a homofobia explícita e uma agressão em meio à diversas testemunhas, Luiz preferiu não registrar Boletim de Ocorrência.

Sem reação

O que mais chamou a atenção do estudante foi a falta de reação das pessoas. Segundo a vítima, nenhuma pessoa se ofereceu para ajudar ou deter o agressor. Após a agressão, o ônibus parou em um ponto no Centro de São Paulo, onde algumas pessoas desceram. Luiz, no entanto, não conseguiu saltar do veículo pois o agressor bloqueou sua passagem.

Além dos passageiros, o motorista do coletivo também não esboçou nenhuma reação e não se empenhou em conter o agressor. Após o episódio de homofobia, o estudante que está há dois anos em São Paulo disse que não consegue mais andar livremente e sem preocupação nas ruas da cidade. Além disso, um dos passageiros teria questionado à vítima se ele não provocou o agressor, colocando em Luiz a culpa pelo ataque.

Com relação à empresa de ônibus, apesar de não fazer B.O, a vítima acionou a companhia. Em nota, a SPtrans disse que vai investigar o caso e a conduta do motorista que não ajudou ao rapaz.

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