Pesquisa aponta que menos de 10% das vítimas de LGBTIfobia fazem boletim de ocorrência

Redação Lado A 28 de Maio, 2019 12h56m

A TODXS, startup sem fins lucrativos que promove iniciativas para a população LGBTI+, lançou o relatório “Mapeando Violências Contra Pessoas LGBTI+ no Brasil: uma análise das denúncias do TODXS App”, com base nas denúncias contra a comunidade LGBTI+ recebidas pelo aplicativo da startup. Entre 18 de dezembro de 2017 a 27 de dezembro de 2018, foram analisadas 161 denúncias.
“Os resultados obtidos, ainda que não generalizáveis, ajudam a dar certos direcionamentos de olhar na construção de políticas, públicas e privadas, de prevenção à violência e à discriminação LGBTIfóbica”, diz o documento.

De acordo com o relatório, 54% das denúncias são referentes à orientação sexual da vítima, 30,4% à LGBTIfobia não-específica, 11,8% se relaciona à identidade de gênero, 2,5% à expressão de gênero e 0,6% advém de uma combinação entre identidade de gênero e expressão de gênero.

Das 143 denúncias que marcaram a realização ou não de um boletim de ocorrência, somente 11 assinalaram que prestaram queixa referente à denúncia reportada ao aplicativo – ou seja, 92,3% das pessoas denunciantes não reportaram o caso aos órgãos públicos competentes.

“A pessoa LGBTI+ fica com medo de fazer o registro e de, ao fazer o registro, sofrer alguma nova violência e acaba não fazendo por não ter esse amparo por parte do poder público”, justifica o gerente da TODXS Núcleo, Rafael Lelis.

O local em que mais aconteceram as denúncias foi em estabelecimentos (lojas, shopping centers, mercados, escolas públicas e privadas, local de trabalho, igreja, museu e hospital), 54,1% dos casos. A segunda posição é ocupada pelos espaços públicos (lugares abertos, via pública, avenidas, praças, etc), com 23,6%, em seguida, os locais domésticos (14,6%), como condomínio e residência, e, por último, os ambientes virtuais (7,6%), representado pelas redes sociais e aplicativos de relacionamento.

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